Passa amanhã mais um aniversário do nascimento de Vincent van Gogh.
Os seus quadros de interiores têm, quase todos, uma tensão muito acentuada pelas cores que o pintor holandês utiliza, mas neste "Café nocturno, na rua Lamartine, em Arles" essa expressividade é ainda mais notória. Em abono desta afirmação, vamos transcrever duas explicações do facto, em si. A primeira, consta da biografia de van Gogh, da autoria de Steven Naifeh e Gregory W. Smith; a segunda, de uma carta escrita pelo pintor ao seu irmão Theo. Como se segue:
1. " Vincent...tentou captar em cor e no quadro o sentimento de isolamento e marginalização que encontrava ali. Fosse qual fosse a cor que (o proprietário) Ginoux tivesse escolhido para o interior do seu bar, Vincent viu somente a dor do vermelho e do verde. Do vermelho-sangue das paredes até ao jade do tecto, da malaquite da mesa de bilhar até à sua sombra vermelho-alaranjada, do suave «verde Luís XV» do balcão do bar até ao delicado colorido do cravo das flores, insólito, e cada canto da sala foi refractado pelas «lentes» de Vicent transmitindo uma visão de tormento interior..."
2. Na carta ao irmão Theo, van Gogh refere: "Na minha tela...tentei exprimir a ideia que o café é um lugar onde qualquer um se pode arruinar, enlouquecer, ou cometer um crime. Por isso tentei expressar, como era, o poder das trevas num local público de baixa qualidade, através do macio verde e malaquite Luís XV, contrastando com o verde-amarelo e os ásperos verde-azúis, e toda aquela atmosfera de fornalha do diabo, de pálido sulfúreo."
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