sexta-feira, 23 de março de 2012

Osmose (31)


De momentos extremos saem, quase sempre, muito poucas palavras. Formais, esperáveis, de uma banalidade que já nada significa ou expressa, de tantas vezes dita. E que, talvez, acabe por agredir quem as recebe.
Seria mais consentâneo o silêncio, um toque de mão no ombro, ou outra qualquer forma de gesto fraterno - que, muitas vezes, não há.
Nunca saberemos bastante, e totalmente, sobre o que vai no outro. O que pensa, o que sofre, tudo aquilo que dói, nesses momentos extremos.
O humor é, frequentemente, uma fuga para a frente: por isso se contam tantas anedotas nos velórios. Sobretudo quando vimos cá fora, para fumar um cigarro.

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