quinta-feira, 26 de julho de 2018

Memórias de raiz


Em modos suaves ou proporções amenas, vai subindo a Lua Cheia, a leste, aqui em frente. Ainda em negativo forçado, porque há luz (são 20h47), de tons de branco sujo, pouco antes da noite por inteiro a iluminar pelo Sol, que anda na outra banda da Terra.
E eu leio, na varanda a leste, coisas antigas sobre Guimarães (Revista de Guimarães, volume LXXIII), hoje cidade, e lugarejo  na altura (séc. IX), que deve o seu nome, provavelmente, a Vímara Peres, bisavô de Mumadona, fidalga antiga que terá refundado o Castelo e criado o Mosteiro dúplice que viria a ser a Colegiada, mais tarde.
E, por tudo isto, não posso deixar de me lembrar de Álvaro de Brée (1903-1962). E de Salvador Barata Feyo (1899-1990), com a sua magnífica estátua equestre de Vímara Peres, junto à Sé do Porto. Muito menos, esquecer-me de um texto lindíssimo de Eugénio de Andrade (1923-2005), intitulado A Domingos Peres das Eiras, com umas violetas (Os Afluentes do Silêncio, 1968), e que, qualquer portuense que se preze, deveria conhecer. Porque é das prosas mais límpidas que se escreveu, por todo o século XX, em Portugal, sobre a Invicta cidade.

com envoi muito grato a H. N..

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