Com a ligeireza característica que é apanágio da reflexão bloguística, vou escrever uma blasfémia (só para alguns) foleira: Eça é melhor que Camilo. Que tenho grandes dúvidas em subscrever.
Predominantemente, como em todos os países europeus, e até finais do século XIX, a literatura portuguesa situou-se em cenários rurais, onde, aliás, grande parte da população vivia.
Eça, por cá, foi a grande excepção, Camilo, a regra.
Depois, o neo-realismo do sul da Europa, sobretudo, acabou por prolongar essa agonia.
É evidente que há grandes romances de cenário rural, por esse mundo. De Lampedusa, de Steinbeck, até de Mauriac. Mas tão só de grandes escritores, que, em Portugal, não são muitos. Façamos então justiça a Camilo e a Aquilino, cada vez menos lidos. Pelos mimosos citadinos lusitanos.
Mas Aquilino não é de fácil leitura, digo eu...
ResponderEliminarCriou-se um pouco esse mito. Contudo, não será mais difícil do que lermos um romance estrangeiro, na sua língua original.
EliminarConsciente da minha iliteracia gostava de deixar
ResponderEliminardois nomes, que para mim escreveram histórias que
me tocaram e que raramente são mencionados. José
Rodrigues Miguéis e João de Araújo Correia. Alguns
mais podia referir, mas seriam muitos e neste espaço
não caberiam. Se são ou não os melhores, não sei,
mas que gosto muito da maneira como escrevem isso
para mim é o importante.
Pois são dois autores que eu considero muito. Conheço melhor a obra de Miguéis, que se debruçou mais (e muito bem) sobre a cidade. Araújo Correia é mais regionalista, sobre Trás-os-Montes, assim como Tomás de Figueiredo "trabalhou" sobre o Minho. Na minha opinião, todos escreviam como deve ser - bem.
EliminarLeio com grande prazer os três: Eça, Camilo e Aquilino.
ResponderEliminarJá fui uma grande leitora de Steinbeck e gostei dos dois ou três livros que li de Mauriac.
Dos mais recentes, os meus preferidos são Miguéis e Sena. Ainda este mês ofercei dois Sinais de fogo a duas aniversariantes.
Bom dia!
De Mauriac, que conheço razoavelmente e li bastantes romances, eu diria que é um grande construtor de climas de tensão, e de personagens de província, normalmente católicos. Um contraponto gaulês das atmosferas tensas de Graham Greene.
EliminarBom resto de semana.
... ofereci...
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