Um olhar atento sobre a
realidade – nacional, europeia e até mundial – política, social e cultural
obriga-nos a pensar, seriamente, sobre este caminhar do precipício para
nenhures.
Quando entidades, órgãos,
personalidades – uma categoria acima do cidadão comum – questionem,
actualmente, o estatuto social, a importância cultural e a necessidade ética e
moral da educação, entramos no limbo que, há décadas, uma Lei de Bases abriu, a
saber, determinando um ENSINO isento de princípios morais e éticos.
Convenhamos que tal
dispositivo legal negava, no fundo, a essência de qualquer acção humana – tanto de ensino como
de educação – deixar o seu selo de subjectividade, feito de escolhas e de
experiências que, em nada, se coadunam com este “pântano” de figuras menores,
sem nenhuma noção da realidade, nem da sua responsabilidade, que nos costumam
entrar pelos “canais de informação”, diariamente.
Uma pessoa com
responsabilidade docente concluir que a escolha, por parte do professor, de uma
narrativa entre várias, permitir que cada aluno possa ler, na sala de aula, o
seu texto, apenas demonstra a “ponta do icebergue” a que chegou o desvario.
A docente em causa
interiorizou, por completo, o estatuto de “actor”, satisfazendo o seu gosto de cirandar
por um suposto palco, palrando, certamente, sem nenhuma preparação séria ou
orientação, propósito ou saber. Caso contrário, não debitava semelhante
enormidade, porque um espaço de aprendizagem, que é uma aula, não representa,
como se dizia antigamente, momentos alegres para fazer: “meinhas, meninas,
meinhas”!
O chamado Plano Nacional de
Leitura, lançado por umas pessoas certamente bem-intencionadas e, também, bem colocadas, não
corresponde a mais do que a demonstração de vaidades pessoais a ilustrar a sua “cultura literária” ou, por outras
palavras já ditas acima, conceber uma Lei de Bases da Educação, olhando para o
universo familiar ao contemplar os filhos e netos em ambiente caseiro.
A queixa da extensão do
Programa de Leitura obrigatório nunca impediu, que eu saiba, que os professores
rejeitassem o empenho, concorrencial, despropositado e incompreensível, e a
obrigação de os alunos lerem as obras do Programa ao mesmo tempo, de
apresentarem trabalhos, resumos e quejandos sobre títulos do Plano Nacional de
Leitura que, em nada, tinham que ver com a matéria principal.
No documento sobre o Programa
de Português no Secundário, em apreciação, que tive o cuidado de consultar, aprovo
o reassumir de uma leitura cronológica da literatura portuguesa. A opção de
escolha nas leituras de poemas e romances apenas vincula os docentes que saibam
assumir o seu papel verdadeiro, sem receios, de orientarem as SEMPRE VARIAS
LEITURAS possíveis de um texto. Tarefa tamanha exige SABER, preparação e
TRABALHO.
Todo o resto é palavreado oco
de “cada um o seu paladar, ou tudo ao monte e fé em Deus”, que não custa nada a
suportar, diariamente, para quem tenha da carreira docente uma noção semelhante
ao actual presidente dos EUA, palrando e esvaziando a essência humana.
A nobreza e a
responsabilidade do exercício de funções públicas, defendendo a educação e o
ensino como uma das traves mestras das nossas democracias e da evolução
cultural do Homem, exige saber, trabalho e humildade.
Acabo de ler uma análise perfeita e real.
ResponderEliminarObrigado a HMJ
Para João Menéres:
EliminarObrigada pelo comentário. Tentei dar a minha visão, embora afastada da realidade presente.
Concordo consigo. Boa tarde!
ResponderEliminarPara Margarida Elias:
EliminarO equilíbrio racional na Educação torna-se cada vez mais difícil, remando contra tantos empecilhos !
Também concordo completamente com a HMJ:)
ResponderEliminarBoa noite:)))
Para Isabel:
ResponderEliminarFelizmente já assisto apenas à distância, o que não significa que semelhante espectáculo não me incomode.