As andorinhas parecem, por agora, ter acabado a sua tarefa de sobrevivência alimentar, em voo, seriam cerca das 20h45. Daí, talvez três ou quatro moscas que se asilaram politicamente no recesso morno e acolhedor da varanda para, uma vez livres das caçadoras, se abandonarem, de novo, ao ar livre, era quase já noite.
Há associações bem estranhas: na varanda a leste, parece estar a crescer um frágil e núbil pé de salsa, no restrito vaso das duas orquídeas brancas. Terá pedido licença às suas aristocráticas vizinhas?
Naturalmente, os filhos florescem-nos, sobretudo, por entre os nossos 20/30 anos, embora hoje já venham, muitas vezes, de pais mais entrados, quando não serôdios. Talvez por atrasada alforria, descuido ou desespero de idade biológica.
A obra de arte, com frequência, demora toda uma vida, até aparecer - assim Il Gattopardo.
Quanto à poesia de qualidade, e mais irreverente, ou surge logo nas primeiras obras, ou nem vale a pena insistir. Nem todos são Herberto Helder para nos surpreenderem também com obras-primas de velhice.
Vou reflectir bem no que acabo de ler !
ResponderEliminarNão deixam de ser, apenas, um olhar pessoal e umas opiniões subjectivas, embora próprias...
EliminarGostei das divagações :-) Bom Domingo!
ResponderEliminarObrigado, Margarida.
EliminarRetribuo, cordialmente..:-)
Gostei destas divagações.
ResponderEliminarÀs vezes fico baralhada, por causa de um ou outro nome ou assunto sobre o qual sou ignorante. Hoje, não.
Um bom domingo para o APS:))
Ainda bem, Isabel, folgo com isso.
EliminarFaço meus, também, os seusvotos.
Gostei da referência ao "Leopardo" de Lampedusa.
ResponderEliminarApenas uma pequena divagação minha, em relação aos poetas.
O que teria escrito Sebastião da Gama se tivesse
chegado à velhice?
Sou muito céptico em relação àquilo que qualquer poeta pode escrever na velhice. O mesmo não penso em relação a um prosador de qualidade ou um pintor: veja-se Matisse ou mesmo Vergílio Ferreira.
EliminarSó encontro, em Poesia portuguesa, duas excepções: Sá de Miranda (que terá chegado aos 70), e que compôs um belo soneto "À morte de sua Mulher", pelo menos, e Herberto Helder, que publicou livros muitíssimo interessantes, por volta dos 80 anos.