terça-feira, 24 de julho de 2018

O ar do tempo


Todos os anos, por alturas do Verão, o TLS costuma questionar umas quantas personalidades, de vários quadrantes culturais, sobre os livros que vão ler nas férias. 
Este ano (TLS, nº 6015) não foi excepção, e são 22 os inquiridos, entre romancistas, críticos literários e ensaistas. Como Portugal está na moda, há duas referências ao nosso país. De Leslie Jamison (1983), que fala de uma sua anterior vinda a Lisboa, e de Becca Rothfeld que, elogiando a riqueza da literatura portuguesa, destaca: "The Maias" (Dedalus), a realist family chronicle by the nineteenth-century Portuguese master José Maria de Eça de Queiroz, who was much lauded in his lifetime; he was regarded by Émile Zola as "far greater than my own dear master, Flaubert."
Infelizmente, esta opinião já não terá chegado a tempo, nem terá sido tomada em conta pela misteriosa instituição ministerial, talvez coadjuvada pelo inefável grupo do académico Plano Nacional de Leitura, ao seleccionar o futuro. Foi pena...

4 comentários:

  1. Quanto ao ensino de Os Maias no ensino, afinal o que acontece é que a leitura deste deste romance de Eça deixou de ser obrigatória, mas os professores é que escolhem a obra de Eça que achem mais adequada para os alunos que tenham, o que me parece uma boa resolução.
    No meu tempo, só A cidade e as serras era de leitura obrigatória. Os outros eram considerados 'escabrosos' para dar a ler a meninas e meninos de então (1969). Triste engano!
    Hoje ate gosto de A cidade e as serras, mas na época foi um dos livros de Eça de menos me entusiasmou.
    Bom dia!

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    1. É evidente que uma opinião é apenas uma forma subjectiva de interpretar as coisas. Mas eu tenho quase a certeza, não inteiramente fundamentada, que grande parte dos professores irão descartar "Os Maias", porque é muito volumoso e obriga a uma exegese mais aturada.
      Mais uma subjectividade minha: o último Eça que li foi "A Ilustre Casa de Ramires" e o que menos gostei. Achei-o mesmo fraco...
      Bom resto de semana.

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  2. Eu, por exemplo, gostei muito de A ilustre Casa de Ramires...
    Bom dia!

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    1. Respeito a sua opinião.
      Tudo isto, creio, tem muito a ver com a idade em que se lê, as expectativas, o grau de exigência, às vezes, até com o estado de espírito da altura.
      Retribuo.

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