O facto de ter dois dedos de testa não seria um glorioso atributo, antes denunciava, no entendimento popular, diminuta inteligência, comprovando assim, pela similitude antropológica, as teorias de Darwin. Enquanto que uma testa alta e ampla prognosticava, para muita gente no passado, boas capacidades de pensamento. Ainda hoje se exercitam, sem fundamento científico, estas artes divinatórias, através das feições dos seres humanos, analisadas à lupa.
Os brasileiros têm mais tendência para classificar estados de espírito, fazendo essa projecção através do reino animal. Para caracterizar a felicidade dizem que um sujeito está como um pinto (pintaínho) no lixo. Invocando indirectamente o facto de ter muito por onde escolher, para bem se alimentar. Cabe aqui recordar tempos de penúria, ou o médico e sociólogo brasileiro Josué de Castro (1908-1973) e o seu clássico A Geografia da Fome (1946).
Nestes dois casos, que referi, une-os a oposta dicotomia: abundância/escassez. Que a esperançada voz do povo preferiu consagrar e transformar em provérbio feliz: Não há fome que não dê em fartura.
Nestes dois casos, que referi, une-os a oposta dicotomia: abundância/escassez. Que a esperançada voz do povo preferiu consagrar e transformar em provérbio feliz: Não há fome que não dê em fartura.
Sem comentários:
Enviar um comentário