Precisamente há 75 anos (28/8/1942) e no quarto ano da II Grande Guerra, Ernst Jünger (1895-1998) encontrava-se em Paris, integrando, como oficial alemão, o exército ocupante. O seu contacto com a França não era o primeiro. Alguns anos antes, tinha-se alistado na Legião Estrangeira, em que permanecera algum tempo.
Mas nesse final de Agosto de 42, de temperaturas parisienses ainda amenas, o coleccionador de insectos, apaixonado e especialista, que, antes de ser militar condecorado na I Grande Guerra, era também escritor, químico e botânico, lançava no seu diário estas palavras:
Podemos ir visitar alguém, com as melhores intenções de sermos, nesse dia, particularmente cordiais para com esse anfitrião, mesmo afectuosos (...), mas a frieza pode vir a instalar-se e, depois, será preciso dias, semanas, meses para que a justa harmonia venha a ser restabelecida. (pg. 181)
O convívio de Ernst Jünger com franceses, nessa altura, era muito diversificado. Sobretudo, com artistas, escritores e a velha aristocracia (que nunca são muito de fiar, em matéria de convicções e fidelidades à Pátria...). Entre eles contavam-se Jean Cocteau, Sacha Guitry, Jean Marais, a princesa de Polignac. Nesse Agosto longínquo, o Outono já se fazia anunciar pelo amarelo de algumas folhas de árvores. E a cidade de Hamburgo já começara a ser bombardeada pela R. A. F., como Jünger refere.
Este diário, do controverso escritor alemão, merece a pena ser lido. Eu, pelo menos, estou a gostar.
para MR, que deve andar por Paris, nesta data. Se tiver tempo para ler este poste...
Não vi no dia, mas estou agora a ver e agradecer. E o diário deve ser très intéressant. :)
ResponderEliminarBom dia!
Pois ainda não se libertou do francês?!..:-)))
EliminarOra veja o meu último poste, que só não lho dediquei, por pudor..:-))