sábado, 26 de outubro de 2013

Traduzir


A propósito da saída de mais um volume da Library of Arabic Literature, edição bilingue (inglês e árabe) de obras importantes da cultura muçulmana, sob o patrocínio do Abu Dhabi e da New York University Press, o penúltimo número do TLS (5767) traz um artigo de Lydia Wilson (do Departamento de Filosofia Árabe Medieval, da Universidade de Cambridge), muito interessante. A estudiosa inglesa, além de referir algumas das obras traduzidas, que vão de relevantes textos Sufi, a tratados de medicina, poesia e até o livro de gastronomia Scents and Flavors the Banketer Savors, de Ibn al-Adim, Lydia Wilson - dizíamos - tece algumas considerações pertinentes sobre a tradução, que achei que valeria a pena verter para português e deixar aqui no Blogue. Seguem:
Traduzir é uma luta, e o resultado inevitavelmente um compromisso entre o literal e o lúcido; uma luta para preservar as associações de palavras e as referências culturais (muitas vezes impossível, por exemplo, nos trocadilhos e jogos de palavras). Se a tradução é literal e espera-se que o seja, em parte, e desejável, de algum modo, os resultados podem ser desajeitados e muitas vezes incompreensíveis - como o provam versões de pessoas impreparadas. A substituição mecânica, de palavra por palavra, sacrifica o sentido e torna-se disparatada, muitas vezes, como se pode ver nas traduções do Google. ...

3 comentários:

  1. Qualquer tradução, para mim, tem de ter em conta a estrutura da língua para a qual a obra é traduzida.

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  2. Em continuação:
    Se é para português que se traduz, a estrutura da frase tem de ser portuguesa. Há por uma enormidade de traduções que se vê logo de que língua a obra foi traduzida.

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  3. Muito pertinente, MR, e lúcida, a sua observação final, que subscrevo inteiramente, porque muitas vezes também dou por isso...
    Bom fim-de-semana!

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