Sempre achei uma suprema hipocrisia, a denúncia acrisolada do trabalho infantil, na primeira página dos jornais ou no prime time televisivo e, ao mesmo tempo, a apologia descarada, em desfiles de moda, de modelos infantis. E, que me lembre ou tenha conhecimento, nunca vi esta ambivalência ética desmascarada.
Nem o facto de, em muitos casos, serem os próprios pais dos menores a incentivarem esta prática, aproveitando-se, descaradamente, dos benefícios. Para não falar do que se passa com as telenovelas... A própria lei, como tantas vezes, é ambígua: se condena um dos casos, absolve ou esquece o segundo, assobiando para o lado.
Não será, por acaso, a mesma coisa?
Estou completamente de acordo, e é um assunto que já tenho comentado com outras pessoas.
ResponderEliminarA lei vai-se ajeitando conforme os interesses, como de costume.
Boa noite!
É a velha divisão entre os "ofícios mecânicos" e as actividades limpas e com "glamour"(?), a que se acrescenta a conveniência e hipocrisia, humanas...
ResponderEliminarBom fim-de-semana!
Também estou de acordo, mas isto já tem sido muito falado e discutido, tanto na moda como nas telenovelas.
ResponderEliminarAinda há pouco tempo falou-se muito (penso) de uma capa de revista com uma miúda pintada com uma mulher - uma coisa escandalosa! E a propósito disto tb se falou de pedofilia.
Há poucos anos vi um filme americano que tratava deste assunto e como a família passa a viver em função da "carreira" dos filhos e irmãos.
Curiosamente, nunca me tinha apercebido de ser tema de polémica e debate...
ResponderEliminarEra um tema que um amigo seu comentava e criticava muito: A. H. de O. M. Esse é o da prostituição intelectual: quando uma só faz uma conferência (ou um estudo) pelo dinheiro e por vezes para um público igualmente nojento... Uns vendem o corpo, outros o conhecimento... Quando feito sem amor é tudo prostituição.
ResponderEliminarFaltou a palavra pessoa... Quando uma pessoa.
ResponderEliminarAbsolutamente de acordo. O oportunismo (para lhe não chamar prostituição) intelectual é ainda mais grave porque, à partida, pressupõe uma maior "qualificação" e consciência de quem se vende.
ResponderEliminar