"...Ora, desde que eu me sinto olhado pela objectiva, tudo se altera: eu constituo-me na perspectiva de «posar», fabrico-me instantaneamente noutro corpo, crio uma metamorfose antecipando-me à imagem. Esta transformação é activa: eu sinto que a Fotografia recria o meu corpo ou que o mortifica a seu prazer (apólogo deste poder mortífero: alguns homens da Comuna pagaram com a vida a sua complacência em posar sobre as barricadas: vencidos, eles foram identificados pelos polícias de Thiers e quase todos fusilados). ..."
Roland Barthes (1915-1980), in La chambre claire (pg. 25).
Muito interessante este trecho de Barthes.
ResponderEliminarBarthes, às vezes, tem destas "perolazinhas"..:-)
ResponderEliminarInteressante. Compreendo. Por acaso, não gosto de ser fotografada, excepto por uma certa amiga minha, que, além de visagista, tira excelentes fotografias de retrato. Ainda este sábado, andei a posar para o seu próximo book. Mas, de resto, sem ser ela, ninguém me apanha. :-))
ResponderEliminarAcaba por haver sempre pose, a menos que sejamos surpreendidos, sem nos apercebermos - o que é bom, porque ficamos mais naturais.
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