Eu sei que vou consumir, magoar ou afligir algumas almas boas, piedosas e cristãs, mas que diabo!, este Blogue nunca se propôs espalhar, apenas, bem-aventuranças e, muito menos, a concórdia universal... Disparemos, então, com misericordiosa contenção. As almas sensíveis que se precatem!
Todos os dias, ele cai sob os meus olhos (porque todos os dias, atávico, eu compro o jornal), na sua cada vez mais infantilizada (a idade não perdoa, só ofende e agrava...) coluna. E, às vezes, custa-me ver esta degradação mental acentuada, este estreitamento doméstico de horizontes, porque o rapaz já foi pioneiro e inovador a escrever (embora inteligente e oportunista - basta ver o título de alguns dos seus livros, para deslumbrar e iluminar pategos...). Mas, hoje em dia, tudo se resume ao romance da coxinha, o tidesco folhetim de antanho, a comida (Freud diria...), ou o Estrangeiro (normalmente marcano) das mil delícias...
Portugal parece não existir, ou não lhe interessa. O homem parece um selenita, nunca fala daqui, num monarquismo soberano e diletante. A verdade é que ele só é meio português, mas que diabo!, então o ar que respira?, este solo que pisa? a miséria que (não) vê? Porque também é este miserável país que lhe paga (bem?) a distracção sobranceira e a sobrevivência razoável e diária.
Hoje, no entanto, redimiu-se um pouco, perante mim - disse uma verdade, pequenina é certo, sem grande importância, mas real. A benefício de inventário, citemos, da sua crónica, no jornal Público: "Hoje até os mais competentes críticos literários anglo-americanos incluem um resumo integral dos romances e dos contos sobre os quais escrevem. ..."
O que ele deve ter suado para chegar aqui!
Eu, alma sensível, acuso o toque.
ResponderEliminarCuriosamente - ou não - tinha tido exatamente essa impressão na leitura da crónica do MEC de hoje. Há muitas semanas que não lia uma até à última linha...
Mil perdões!, mas eu tinha que desabafar.
ResponderEliminarPor uma questão de princípio, tento ler sempre tudo. Mas, ultimamente, é quase sempre um sacrifício e uma provação...
Comprei os três primeiros livros dele, há muitos anos. Achava-o original. Depois deixou de se ouvir falar dele. Agora já não gosto do que escreve.
ResponderEliminarEnfim, a gente muda e os gostos também.
Boa noite!
A idade salienta a sabedoria ou a burrice!
ResponderEliminarNunca fui apreciadora do MEC, mas a crónica diária do Público...: há coisas sobre as quais as pessoas não devem escrever.
ResponderEliminarQuanto a Portugal, a ideia que tenho é que ele hoje enaltece mais Portugal e os seus produtos do que outrora.
Às vezes leio o artigo dele no Fugas.Umas vezes gosto, outras está para alia encher chouriços.
Dele, Isabel, só li as crónicas, do "Independente" até agora no "Público": foram piorando com o tempo, embora ele escreva bem. Mas delapidou o talento com frioleiras...
ResponderEliminarPalavras de sabedoria, JAD..:-)
ResponderEliminarEu acho, MR, que se ele tem ido, nos últimos tempos a "Realities Shows", ganhava...
ResponderEliminarE repare que, normalmente, ao gabar um produto nacional, refere, em proporção, 4 ou 5 produtos e "aparelhómetros" estrangeiros. Serão inocentes, todas estas referências?
Fico com dúvidas, porque a publicidade, é demasiado clara...
Concordo: ele tornou-se numa sombra de si mesmo. Já nem consigo ouvi-lo ou lê-lo.
ResponderEliminarInfelizmente, Margarida.
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