Se o Tempo, “esse grande escultor”, não existisse, teria que
ser inventado para explicar a amnésia, por parte da Alemanha, na “má-formação
congénita” do Euro. Ao que parece, a moeda única foi o “isco” lançado pelo
chanceler na altura, Helmut Kohl, para sossegar os vizinhos, perante uma
reunificação da RDA com a RFA, e no sentido de afastar o “papão” da GRANDE
ALEMANHA.
Com efeito, a “má formação” tem dono e acarreta
responsabilidade, contrariando a “aparente” amnésia histórica dos actuais
dirigentes alemães que, de forma insuportável, abusam da paciência dos cidadãos
com a sua sobranceria perante os povos da Europa.
Sucede, no entanto, que os dados sobre a literacia dos
europeus, em idade activa, i.e. até aos 65 anos, aconselham prudência e
humildade. A Alemanha fica abaixo da média europeia, juntando-se aos
analfabetos funcionais dos EUA e ficando pouco acima de Chipre que alguns incautos teimam em citar
como maus exemplos.
O facto de Portugal não constar da estatística da OCDE, e ao
que consta por falta de verba (!), tem pouca importância, porque não se pode
comparar o incomparável. Ou seja, uma Alemanha com uma escolaridade obrigatória
até, pelo menos o 8º ano, com um país “salazarento” que, em 1974, acusava uma
das taxas de analfabetismo real – e não
funcional – mais elevada da Europa. O esforço do país, e sobretudo o
investimento nas últimas décadas em educação, estão à vista! A sangria do país
em benefício dos países do Centro da Europa, designadamente da Alemanha, é uma
lástima e uma factura pesadíssima para o futuro. Perante os seus “analfabetos
funcionais”, claro está que a Srª Merkel quer “emigrantes qualificados”,
rejeitando os desgraçados de Lampedusa. Pudera ! A crise até lhe oferece
“pessoal”, sem custos para o destinatário, saído das Universidades.
E, no final, uma pequena fábula, partindo, como acontece
sempre no mundo da efabulação, do real para explicar às crianças – ou alguns
imaturos ou apoucados – factos e vivências.
No pequeno mundo do “milagre alemão” sucedia, com
frequência, que o honesto operário perdia a cabeça e se metia em altas
cavalarias, tornando-se “empresário” e candidato a um estatuto social superior.
Um desejo legítimo, desde que não fosse acompanhado por uma postura infeliz de
“amnésia histórica pessoal”, malefício que costuma desaguar na sobranceria como
artifício de anular a própria raiz. No entanto, tais criaturas tinham, por
vezes, um empecilho grande. Os filhinhos eram burros e não chegavam a concluir
os estudos na escola pública. Ala, com eles, para um internato/externato
privado para os fazer doutores ou engenheiros !
Moral da história. Antes de acusar outros países da Europa
de certificar, indevidamente, uma formação profissional ou académica, como
acontece com alguns alemães convencidos, bastava que olhassem para a
estatística da literacia da Alemanha acima reproduzida e começar a pensar,
seriamente, no próprio mal em vez de apontar o dedo aos outros, sobretudo
quando necessitam deles como “carne para canhão” da indústria.
Post de HMJ
Isto de estarmos a formar pessoas para irem trabalhar na Alemanha, Inglaterra, etc., era impensável há poucos anos. Como eram impensáveis outras coisas. :(((
ResponderEliminarHoje uma boa e forte sangria, num restaurante da margem Sul. Bom o post sobre Sangria do Sul não devia ser bem sobre isto... mas a temperatura está um pouco elevada, ou eu sinto calor:-)))
ResponderEliminarVai uma saúde? Com um copo de sangria do sul?
Faltou: bebi... Hoje bebi uma boa e forte sangria... Parece que já estou "com os copos". :-))
ResponderEliminarPara JAD:
ResponderEliminarO que dá quando se joga com as palavras !
Quando passar a "Sangria do Sul" é que se toma conta da realidade.
ResponderEliminar