#Os Cursos
EFA são, por isso, um instrumento basilar
para a prossecução dos objectivos definidos pelo XVII
Governo
Constitucional para as políticas de educação e formação,
no qual assume particular destaque a generalização
do nível secundário como patamar mínimo de qualificação
da população.#
[citação de um diploma legal para
jornalista tolhido pelo calor dos dias]
Após mais um pequeno “encontro espiritual
amigável”, depois das férias, em que, entre outros muitos assuntos, se abordam,
com alguma frequência, as fraquezas e a impreparação intelectual e falta de ética da imprensa,
tanto nacional como europeia, não consigo calar-me perante mais uma destas “peças jornalísticas” menores.
Sob o título de “Os novos analfabetos” circula
por aí, e num jornal semanal de responsabilidade, mais uma peça dedicada à
educação, em que o referido semanário gosta de “meter o bedelho”, porque não
tem mostrado preparação para uma discussão séria da educação e cultura no país.
Nem sequer discuto o desvario de meter, no mesmo
propósito, cidadãs, aparentemente analfabetas, de 70 ou 29 anos actualmente,
estes últimos com escolaridade obrigatória de nove ou doze anos, instituída
após o 25 de Abril.
Recordar a circunstância de haver, sobretudo em
meios piscatórios, idosas ainda com vontade de aprender a ler, faculdade
matricial do ser humano que lhes foi negada durante décadas, merece apenas o
consentimento de alguém que espera que a imprensa cumpra o seu essencial:
informar sobre a situação social, cultural e política do país em que se insere.
Quando depois se começa a falar dos “novos
analfabetos” – funcionais (?) ou outros (?) – falando de uma criatura de 29
anos, numa “mistura de vergonha e garra” por não saber ler nem escrever,
entramos no terreno inclinado de uma imprensa que, cada vez mais, resolve,
com o “modo fala barato de feira”, abordar, pretensamente, assuntos sérios da
sociedade. Ora, a seriedade não resulta do discurso final, mas da ética e do
saber profundo com que alguém se dedica à sua profissão.
De facto, os jornalistas não sabem, de todo, do
que estão a falar, nem podiam, alguma vez, imaginar o que uma tal “criatura de
29 anos” – SOFREU – para que lhe ensinassem a ler e escrever, para além das
aulas normais, com: aulas de apoio, programas especiais – de que já não me
lembro de todos os nomes que se foram inventando para repescar meninos desviados –
porque os infelizes eram, de facto, todos aqueles que insistiam, diariamente, em aplicar
semelhante sofrimento em nome da Humanidade e do Estado de Direito que decretou
a Lei de Bases do Sistema Educativo.
Se tenho simpatia pela senhora de 70 anos, com
enorme vontade de aprender, abomino jornalistas impreparados – porque também me
passaram pelas mãos sem nenhuma capacidade para formularem sequer uma ideia ou uma
frase correcta – e parece-me altura para denunciar uma imprensa de espectáculo,
sem critério ou um mínimo de preparação funcional, nem ética.
Post de HMJ