Os encómios, de leituras minhas recentes, que convergiam para A Ilustre Casa de Ramires, como obra preferida de V. S. Pritchett e Costa Pimpão, da bibliografia de Eça de Queiroz, levaram-me a repegar no volume e retirá-lo, da estante da biblioteca, levando-o para a mesinha de cabeceira. Até porque era o único romance de Eça de que eu não tinha a certeza absoluta de ter lido até ao fim. Depois, aquele carimbo circular da Livraria Académica, de Manaus, só poderia ter vindo do meu Tio Jorge, que andara pela Amazónia dos Brasis, em tenra e, muito provavelmente, difícil juventude...
Foi, efectivamente, o reencontro confirmado. Com aquele atmosfera bem disposta, de gozo e de ironia, que faz reconhecível o tom ou estilo do "pobre homem da Póvoa de Varzim". Tal como a ambiência melodramática é a marca de água da escrita de Camilo, embora temperada, algumas vezes, por uma ironia mais sofrida. Para não falar do tom pungente de algumas obras de Raul Brandão, mais anoitecido ainda na prosa minhota de Tomaz de Figueiredo. Em contraponto com a algarvia claridade do tom de Teixeira Gomes, sulista e solar.
Há muito que não releio A ilustre Casa de Ramires. Tenho dificuldade em escolher uma obra de E- de Q. como minha preferida: Os Maias, A cidade e as serras...
ResponderEliminarGosto muito de Camilo e de Teixeira Gomes, não tanto de Raul Brandão, exceto de e As ilhas desconhecidas. De Tomás de Figueiredo li algo, mas não me lembro o quê.
Bom dia!
Para mim, são "Os Maias" e "O Primo Basílio", mas HMJ destaca "A Relíquia". "Húmus", de RB, é um murro no estômago notável, tão penoso de ler como a "Desgraça" do sul-africano Coetzee ou as "Memórias Íntimas" de Simenon. O "Dicionário Falado", de Figueiredo, é uma gracinha apetitosa que "Procissão de Defuntos logo faz esquecer...
EliminarE por aqui me fico, que isto é apenas uma opinião pessoal.
Bom dia!
Húmus é na verdade um murro no estômago, intenso e dorido.
ResponderEliminarDe Eça, o delicioso A Cidade e as Serras e A Relíquia.
Infindável este assunto. Apenas um apontamento.
Vamos a par, quanto a Raul Brandão.
EliminarEça divide sempre, porque tem obra muito boa.
Pois é, era uma conversa infindável...