Embora “fora de serviço”, entra
pelos olhos o infame e chorudo negócio do chamado “Regresso às Aulas”. Este
ano, como se pode ver pela imagem acima, a promiscuidade atingiu um novo
patamar, i.e., uma plataforma de venda de livros, WOOK, associa-se a uma cadeia – séria e recomendável – de venda
de alimentação saudável.
Outro tanto são os folhetos
cheios de mochilas, estojos e outro “material escolar” que, apesar de um
discurso crítico sobre as despesas, parece conquistar, todos os anos, os mesmos
consumidores. Então, as criaturas precisam, todos os anos, uma mochila nova, um
estojo diferente ? Onde ficaram as canetas, as borrachas, os afias, etc. que
sobraram do ano anterior ? De facto, nunca entendi tanto despesismo e
comportamento acrítico com que os progenitores cumprem, sobretudo nesta
matéria, as ordens dos “professores”, comprando, anualmente, os mesmos produtos
daquela lista infindável de material de papelaria de uso corrente.
Dos livros nem falo, porque
sempre recusei os chamados “Manuais”. Não suporto o nome de “fichas”, nem as “propostas
de actividades”. E se os livros escolares fossem apenas antologias de textos,
para o caso da disciplina de Português, as criaturas não teriam dores de costas
para alombar com um indigesto e pesado “tijolo” de duvidosa qualidade.
Subscrevo o seu texto e também tenho uma enorme dificuldade
ResponderEliminarem entender este consumismo desenfreado. E para mim não é apenas
a questão económica, mas também a ambiental. E os desperdícios
vão sendo cada vez mais pesados para as gerações futuras.
Eu tenho muita dificuldade em entender muita coisa que se passa
no tempo presente.
Boa noite.
Para Maria Franco:
ResponderEliminarnão me pronunciei sobre o aspecto ambiental. Está agendado, fica para uma próxima incursão.
Este é um tema difícil. O apelo do comércio é forte.
ResponderEliminarHá demasiados manuais porque isto é um negócio muito poderoso. Todas as editoras têm vários conjuntos de manuais, com fichas e cadernos de trabalho para isto e aquilo.
Há um lado positivo, mas também muito de negativo.
Acima de tudo, tem que haver o bom senso dos pais na forma de escolher os materiais.
Como professora aconselho sempre a escolha de bons materiais, em vez de bonitinhos e "carradas" de material para estragar. Por exemplo, aconselho a compra de uma dúzia de lápis de cor de boa qualidade, em vez de latas ou caixas com dúzias de lápis, que depressa se perdem e se estragam, porque muitas vezes são demais e sem qualidade...
Tem que haver um equilíbrio. Às vezes sou eu que digo aos alunos que não quero tanta coisa na mochila. Para pedirem às mães para fazer uma selecção e o que não faz falta na sala de aula, fica em casa. Não é fácil, porque hoje em dia os miúdos têm materiais que a mãe compra, que compra o pai (filhos de pais separados), que deu a avó, ou a tia, ou a amiga da mãe, ou...têm "montes" de coisas! (Falo dos alunos da escola primária).
É como digo: os apelos para o consumo são muitos e fortes!
Confesso, que eu que critico estes excessos, já mandei uma encomenda com algumas coisas (úteis, mas de certeza repetidas) para uma sobrinha que vai começar a escola.)
Dou comigo a lutar contra um certo consumismo, a que durante alguns anos também aderi. Hoje, arrependo-me de alguma "tralha" que comprei e de que não consigo desfazer-me.
Bom domingo:)
Para Isabel:
Eliminara pressão para reduzir a educação ao consumo e centrada em aspectos secundários é fortíssima. Até a Caixa Geral de Depósitos lançou um crédito para o início das aulas. É a perversão total !