Há religiões que obrigam a um constante aggiornamento. Ler (e falar d)o último best-seller das livrarias ou referir e ver com extrema devoção o filme recentemente mais oscarizado, comentar a última tirada moralista do Papa, apontar o dedo ao escândalo Saraiva-Gradiva, dar palpites sobre os exames de Guterres para SGNU, opinar sobre quem venceu o debate Trump-Clinton... E os Blogues são um bom exemplo desta sujeição ao efémero. São, no fundo, os coros cacofónicos da net. Onde pouco ou nada se diz e tudo se repete. Para prontamente se esquecer.
Até que ponto conseguirei eu evitar esta epidemia, este contágio avassalador?
Quando mais rica for a nossa vida interior (leia-se preenchida e a sua parece-me muito), mais facilidade temos de nos afastar disso. Pelo menos, sinto assim. Temos os nossos livros, músicas, filmes, os nossos afectos e as nossas causas. O resto que referiu soa-me tudo a poluição (por causa da cacofonia que refere e bem e também por não me inspirarem). De tudo o que mencionou, só o Papa Francisco me diz alguma coisa...Mas prefiro reflectir sobre o que diz. O silêncio faz-me falta.
ResponderEliminarBom dia!
Mas o seu Blogue também foge do estandardizado banal..:-)
EliminarEmbora a imunidade à "mainstream", por vezes, seja difícil de manter, para nos ocuparmos apenas das coisas que projectam aquele tal silêncio, de que fala e nos "faz falta", por essencial a uma vida digna de singularidade, e própria.
Um bom dia, também!
Não me parece que possa ser contagiado com os "casos" que
ResponderEliminarnos invadem diariamente. O comentário de Presépio no Canal
diz tudo, e eu estou de acordo.Nem saberia dizer melhor.
Boa tarde.
Farei profissão de fé, mas não poderei garantir que desses águas nunca beberei..:-)
EliminarE agradeço-lhe.
Uma bom fim tarde, também.
Força. Há que saber resistir, embora os nossos tempos convidem ao espanto permanente.
ResponderEliminarPois, vai-se tentando, vai-se tentando até para não perder tempo...
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