terça-feira, 27 de setembro de 2016

Desabafo (16)


religiões que obrigam a um constante aggiornamento. Ler (e falar d)o último best-seller das livrarias ou referir e ver com extrema devoção o filme recentemente mais oscarizado, comentar a última tirada moralista do Papa, apontar o dedo ao escândalo Saraiva-Gradiva, dar palpites sobre os exames de Guterres para SGNU, opinar sobre quem venceu o debate Trump-Clinton... E os Blogues são um bom exemplo desta sujeição ao efémero. São, no fundo, os coros cacofónicos da net. Onde pouco ou nada se diz e tudo se repete. Para prontamente se esquecer.
Até que ponto conseguirei eu evitar esta epidemia, este contágio avassalador?

6 comentários:

  1. Quando mais rica for a nossa vida interior (leia-se preenchida e a sua parece-me muito), mais facilidade temos de nos afastar disso. Pelo menos, sinto assim. Temos os nossos livros, músicas, filmes, os nossos afectos e as nossas causas. O resto que referiu soa-me tudo a poluição (por causa da cacofonia que refere e bem e também por não me inspirarem). De tudo o que mencionou, só o Papa Francisco me diz alguma coisa...Mas prefiro reflectir sobre o que diz. O silêncio faz-me falta.
    Bom dia!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mas o seu Blogue também foge do estandardizado banal..:-)
      Embora a imunidade à "mainstream", por vezes, seja difícil de manter, para nos ocuparmos apenas das coisas que projectam aquele tal silêncio, de que fala e nos "faz falta", por essencial a uma vida digna de singularidade, e própria.
      Um bom dia, também!

      Eliminar
  2. Não me parece que possa ser contagiado com os "casos" que
    nos invadem diariamente. O comentário de Presépio no Canal
    diz tudo, e eu estou de acordo.Nem saberia dizer melhor.
    Boa tarde.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Farei profissão de fé, mas não poderei garantir que desses águas nunca beberei..:-)
      E agradeço-lhe.
      Uma bom fim tarde, também.

      Eliminar
  3. Força. Há que saber resistir, embora os nossos tempos convidem ao espanto permanente.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pois, vai-se tentando, vai-se tentando até para não perder tempo...

      Eliminar