Há uma convivência natural que se adivinha, até pela Av. Conde de Margaride (que já não é sumptuosa) que confina com a estreita Rua do Gaiteiro - que não sei quem foi. Ou na armoriada casa dos Pombais, dos Viamonte, que não fica muito longe da laica Fábrica dos Pentes, já desactivada.
Mas, se subirmos até à Atouguia, acentua-se ainda mais esta proximidade inevitável. O mausoleu neo-gótico de Carlos Malheiro Dias não está longe da campa quase rasa do Mestre Caçoila. Um pintava com letras, o outro, com tintas e, cada um deles, tentou fazer o seu melhor, enquanto andou na Terra.
Nas cidades pequenas, as distâncias são difíceis. Um visconde pode acotovelar, ao balcão, com um honesto pedreiro, pedindo ambos um café curto. Talvez gostem os dois de um caldo verde com tora e uma rodela de chouriço, acompanhado por um naco de broa. A democracia, embora doseada, surge natural e quase obrigatória.
Como será previsivel a subida para a pequena colina da Atougia onde, ambos, irão repousar para sempre, não muito longe um do outro, por entre trevos e ciprestes.
Não sabia que o Malheiro Dias está sepultado em Guimarães. Pensava-o em Lisboa, como morreu na Av. do Brasil... Então chamava-se Alferes Malheiro (a avenida).
ResponderEliminarA especialização sobre o nome da avenida não fossem confundir o Alferes Malheiro com o escritor nada tem a ver consigo, APS, como imagina. :-))
ResponderEliminarPercebido..:-))
ResponderEliminarRaul Brandão também está no Cemitério de Atouguia, mas nunca consegui localizar o jazigo.