Ouvi, ontem, Ricardo Araújo Pereira dizer, numa entrevista televisiva, que decerto tinha chegado ao 1m93, de altura, por causa dos muitos rojões à minhota que comeu em casa da avó, em Viana do Castelo. Pelo menos, devem ter contribuido - penso eu -, pois são um prato muito substancial, pela variedade de componentes que se lhes juntam no Minho. Na receita canónica do Norte, os picles são espúrios, embora, muitas vezes, em Lisboa, sejam adicionados. Mas o que não pode faltar, nos Rojões à Minhota, são 2 componentes: o sangue de porco bem apaladado de cominhos, e as tripas enfarinhadas. O fígado de porco, nem sempre aparece, e ainda mais raro é o redanho que tem que ser bem "rojoado" para ficar estaladiço. Para quem não saiba, é uma dobra de gordura que está ligado ao intestino do porco.
Dito isto, os últimos clássicos Rojões à Minhota, que comi, foi no Restaurante Tanoeiro (passe a publicidade, porque o recomendo), no princípio deste mês, em Vila Nova de Famalicão, na praça principal, muito próximo do Mercado. A casa refeiçoeira tem uma magnífica carta de vinhos e a dificuldade é escolher um, entre tantos. Veio um Dão Duque de Viseu, tinto de 2004, que tinha já atingido a maioridade, mas que mesmo assim manteve alguma dignidade com os magníficos rojões.
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