Não sendo muito frequente, acontece, por vezes, aparecerem à venda, em alfarrabistas, livros cujo carimbo de posse remete para bibliotecas públicas ou identificadas. Pode haver várias razões para o facto. A mais frequente é essas bibliotecas terem acabado e, sendo desfeitas, dispersaram-se por compradores diversos, como foi o caso, aqui há uns bons 20 anos, de um acervo de volumes em língua inglesa que pertencera a um convento (?) ou comunidade religiosa de frades irlandeses, em Lisboa. Comprei 2 ou 3 livros desses, que tinham o respectivo carimbo de posse. Mas, outras vezes, as obras são mesmo desviadas, por leitores pouco honestos, e depois vendidas, chegando assim ao mercado alfarrabista.
Será o caso (?) deste voluminho que me ofereceram, há anos, e que ostenta o carimbo da Biblioteca Damianeum (terá por patrono S. Damião), da localidade holandesa de Simpelveld, no Limburgo, que terá hoje cerca de 11.000 habitantes, pelo que apurei. Por breve investigação fiquei também a saber que esta Biblioteca, criada no séc. XIX, ainda hoje existe e funciona. O livrinho (7,5 x 11 cm.) é que viajou muito... Impresso em Bielefeld (Alemanha), no ano de 1849, em língua francesa, terá sido adquirido (ou oferecido) pela referida Biblioteca holandesa e, depois, alguém o terá "desviado" para Portugal. Recebi-o de presente, há cerca de 5 anos. O livrinho é de Teatro e tem peças de Moliére, Musset e outros escritores franceses.
para MR, que iniciou esta temática, no Prosimetron.
Muito obrigada.
ResponderEliminarTambém já me aconteceu comprar um pelo telefone. Fui buscá-lo e quando cheguei a casa vi que tinha um carimbo. Se tivesse visto antes, acho que não o tinha comprado, embora o perseguisse há anos.
Mesmo assim, às vezes, é difícil resistir à tentação deste "mercado negro"...
ResponderEliminarO meu é de uma portuguesa.
ResponderEliminarEm Londres já comprei, em alfarrabistas, por mais de uma vez, livros de bibliotecas públicas. Mas em Inglaterra, algumas bibliotecas públicas vendem-nos para comprar outros. Chocou-me imenso a primeira vez que vi isso. Ida de um país com umas bibliotecas públicas com recheios fraquíssimos.
É verdade. Mas também por cá vi o mesmo. Lembro-me de uma biblioteca dos Olivais (?) da CML (?) que foi encerrada e os livrros vendidos.
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