Chamaram-lhe "poeta-engenheiro", porque se licenciou nesta área mas, provavelmente também, porque gostava de teorizar, a exemplo de Melo Neto (também do mesmo ramo), sobre a criação poética, como aliás faz nos dois poemas que irei traduzir. Nascido em Itália, Leonardo Sinisgalli (1908-1981) foi amigo de Saba, Ungaretti e Quasimodo. As duas versões portuguesas, que se seguem - em 3ª mão - foram feitas sobre a tradução francesa de Thierry Gillyboeuf.
O papel recusa as ninharias
as subtilezas os fastos
as poesias escritas de memória
escritas nos sonhos escritas
a cavalo.
A Memória fatigada
Bato à porta da memória
mas ela não abre.
Acontece eu insistir.
Ponho-me a divagar.
Alinho finalmente oito letras,
Escurial.
Mas tenho de atravessar
um soneto de Nerval
para ter a estrada livre.
Gostei destes poemas e desconheço o poeta. Obrigada.
ResponderEliminarA partilha é um gosto em si mesmo - eu é que agradeço, MR.
ResponderEliminarSubscrevo o comentário de MR. Conheço os três amigos de Sinisgalli.
ResponderEliminarObrigado, Miss Tolstoi. E seja bem-vinda!
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