sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Mercearias Finas 139


Aos setenta começamos a soletrar os anos.
S. trouxera o Vinhão para acompanhar a bichinha retalhada na cabidela. E umas cigarrilhas da Nicarágua, a meu favor, muito aconchegantes, para depois do Pão-de-ló de Alfeizerão. C. S. voltou a reabrir a aguardente fafense, particular e antiga,  a que regressa, em circunstâncias especiais e quando tem boa companhia. Se, para o ano, ainda lá estivermos todos, imagino que a garrafa de Dimple sem rótulo, com o precioso néctar minhoto, há-de abrir-se de novo e espalhar, na sala, os seus nobres eflúvios.


Terei sido eu que comecei? Não, creio que foi o E., sempre um pouco sarcástico, a meter-se com o S., que começou a falar dos filhos e dos pais. E dos anos de vida. Cuja bússola imperfeita, de  números imprevisíveis, poderá ter como projecto de meta a estatística de longevidade familiar, à falta de melhor pitonisa.
Não era mórbida, porém, a ambiência da conversa. Nem o tema nos estragou a digestão da magnífica lampreia, que viera do rio Lima, ou do saboroso Vinhão, com os seus 12º, que, na sua versão cooperativa de 2017, nos deixou as melhores recordações gustativas.
Que para o ano haja mais! E com todos, que é bom sinal de saúde, dos que estiverem presentes.

2 comentários:

  1. Vinhão bebo com arroz de sarrabulho. ali no Restaurante S. João, que agora até está mais adequado à clientela.

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    1. E imagino que faz muito bem. Hei-de experimentar. Não conheço é esse restaurante. Mas já me tenho ido abastecer à "Badalhoca", de enchidos e que tem também bom presunto.

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