Se se consultar na internet, ou em qualquer livro dedicado ao tema, os desenvolvimentos de um batalha célebre (Trafalgar ou Borodino, por exemplo), na sua forma esquemática, ficar-se-á com uma ideia arrumada e geométrica da posição e progressão das armadas ou exércitos, gradual e ordenada nas movimentações - mas errada ou, pelo menos, não totalmente rigorosa.
Os posicionamentos e avanços (lentos, ao que parece) das tropas de Ney, em Waterloo (1815), ou a demora na ordem de ataque, retardada por D. Sebastião, em Alcácer Quibir (1578), a que se atribui uma das causas do desastre, não terão sido, por si só, razões fatais. Debaixo de fogo, as reacções humanas são, com frequência, desordenadas, irregulares e caóticas, mesmo que superiormente comandadas.
Stendhal é um bom exemplo, com A Cartuxa de Parma, da forma parcelar e dispersa dos acontecimentos da batalha de Waterloo. Como Tolstoi, em Guerra e Paz, na descrição das guerras napoleónicas, em solo russo. Um conflito bélico é feito, na sua realidade objectiva, de muitas sensações e reacções mistas: instinto de sobrevivência, coragem, mas também cobardia, numa desordem de sentimentos vários.
Por isso, a guerra é um erro em que todos perdem, embora alguns pareçam ganhar. Como a vida, aliás. Que Shakespeare definiu, magistralmente, no seu Macbeth, deste modo metafórico: It is tale/ told by an idiot, full of sound and fury,/ and signifying nothing.
Na minha simples e básica opinião, concordo com a afirmação
ResponderEliminardo autor do artigo. Desde que existe o ser humano, há sempre
pequenas ou grandes guerras. É uma característica da tentativa
de querer poder, nem que seja pelas mais estúpidas razões.
É o que eu penso,e cada vez tenho mais dificuldade em entender
o mundo actual. Desejo-lhe uma boa noite.
Haverá poucas e raras razões justificadas. Estou a lembrar-me da Inglaterra, após a invasão da Polónia, ter declarado guerra à Alemanha nazi. Mas, na maioria dos casos, os motivos são fúteis e o resultado é sempre trágico.
EliminarVotos de um bom resto de semana!