terça-feira, 25 de julho de 2017

Há gente que nunca mais aprende...


A notícia já é de ontem, mas justifica algumas pequenas reflexões.
É máxima corrente dizer-se que uma ordem só deve ser dada desde que se tenha a garantia mínima que pode e vai ser cumprida, por quem deve fazê-lo. Manda a prudência que se evite dar essa ordem se não houver esses pressupostos que garantam a sua execução, sob o risco de se perder autoridade e a face. Esta senhora procuradora-geral é pessoa benevolentíssima e que se caracteriza por, caridosamente, prorrogar prazos aos seus indolentes e preguiçosos subordinados. Ainda há pouco tempo o fez. O primeiro anúncio de adiamento ainda é feito com pompa e circunstância mas, depois, já nem anuncia o prolongamento para o prazo seguinte. Avançam as boas almas que o prazo é apenas indicativo. Assim vai a Justiça em Portugal.
E os agentes do Ministério Público, bem refastelados e madraços, devem rir-se a bandeiras despregadas ao ouvir a pobre senhora procuradora, com aquele ar compungido e cabelo ligeiramente ralo e despenteado, a explicar, à comunicação social, a demora das cartas rogatórias, a especial complexidade do processo, o mero lado indicativo da data para finalizar o processo... Tudo, no fundo, desculpas esfarrapadas.
Mas como cereja em cima deste bolo requentado, que se vai repetindo, ciclicamente, é o jornal Público destacar, com grandes elogios e reverência (ideológica?), a "pressão" e o "prestar contas" que esta pobre senhora imprimiu à sua instituição. Como diria Fernando Assis Pacheco: " Não posso/ com tanta ironia."

2 comentários:

  1. "se há uma nova cultura no M.P.". Cultura,
    palavra tão mal aplicada neste texto.
    O eterno "cancro" em Portugal, a justiça.
    Tanta ironia, como tão bem disse F.A.Pacheco.
    "Não se enxergam",como dizia uma colega de trabalho a que eu achava
    alguma graça por ser uma palavra muito feia.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. À vista de todos, isto é uma vergonha. Que se não fosse trágica e prejudicial para tanta gente, seria de um ridículo atroz. Mas há que respeitar a "separação de poderes" e "deixar à justiça o que é da justiça" como costumam dizer os bem-pensantes...
      Uma boa tarde, Maria Franco.

      Eliminar