Do editorial de Stig Abell, no último TLS (nº 5963), a propósito de algumas vicissitudes que têm ensombrado a Inglaterra, destaco, em tradução despreocupada, o seu início, em que é feita uma crítica ao desempenho dos mídia. Assim:
Há um calculismo cruel inerente ao jornalismo: quanto pior é o acontecimento, melhor a história se torna. Boas notícias não são notícia. ...
Ao ler isto, relembrei-me da decepção estampada no rosto de uma jornalista da Sic-Notícias, aquando do incêndio em Pedrógão Grande, quando lhe afirmaram que não tinha caído nenhum avião Canadair, em Ouzenda. E ela insistia, qual menina mimada, caprichosa, teimosamente. Pobrezita!...
Todos sabemos que as boas notícias nunca deram grande tiragem ou "rating" de audiências. Mas cada vez mais, pelo menos lá por casa, a vontade de ver/ler notícias está a desaparecer, também pelo "excesso de sangue" que tem que ser apresentado sempre. E se por cá não há nenhum acontecimento "sanguinolento" o suficiente, aparece logo uma notícia sobre o Turguiquistão (este nem sei eu se existe), com um acidente em que morreram x e acidentados Y! (sigh)
ResponderEliminarBoa atrde
Acuso-me, antes de mais, de um atavismo básico, que me vem de longe: não consigo passar 1 dia sem ler um jornal ou ver (parte) de um telejornal, por causa das notícias. De jornais (leio o Público, cada vez pior...), nenhum me agrada, de telejornais, nunca chego ao fim...
EliminarTrês perversidades actuais: os indigentes cursos (universitários?) de jornalismo ou comunicação social (que os professores já eram maus jornalistas...), as audiências prioritárias (deus supremo!), as condições e legislação, laborais. Assim se fechou o círculo da mediocridade.
Desejo-lhe também, Paula, uma boa tarde!
Não vejo telejornais, pois é tudo tão deprimente que
ResponderEliminarainda fico pior do que já estou. Tenho um texto que
muitas vezes vou ler, e que considero o melhor que
um jornalista pode escrever sobre uma situação de
catástrofe. O caso remonta aos anos 60 e foi escrito
por Pedro Alvim no D.de Lisboa e tem por título "Os
mortos e os fósforos". Não consigo passar o link e o
artigo ainda é grande para eu o copiar. Apenas estou
a fazer esta referência, em homenagem a este grande
jornalista, por quem tenho um grande apreço.
Desejo-lhe uma boa noite.
Lembro-me bem de Pedro Alvim, como jornalista, no DL.
EliminarCreio ter um livro de crónicas, colectivas, que ele fez com Mário Castrim, que eu conheci pessoalmente, e mais outros 2 ou 3 profissionais da matéria. Dessa qualidade, se hoje houver 5 ou 6 será o muito... O resto são aprendizes de baixo estofo e capacidade.
Bom resto de semana.