Se, nos últimos dias, a Moda esteve em destaque pela morte de um dos seus ícones mais representativo, exuberante e conhecido, não tenho dúvidas ao pensar que os limites que se lhe deparam, para além das cores dos tecidos, são relativamente estreitos e até previsíveis. Dos sapatos pontiagudos aos de biqueira arredondada, das calças justas às de boca de sino, dos vestidos justos ao corpo, aos tipo-saco dos anos 50...
Por isso, não me custa subscrever e concordar com algumas afirmações de Roland Barthes (1915-1980), em O Grão da Voz (1981), nomeadamente com esta, que passo a transcrever, da página 65 desta obra:
" E poder-se-ia perfeitamente prever o fenómeno actual, que as saias chegariam hoje ao estado mais curto possível, em relação a um outro polo de comprimento, ele próprio relativo e que se atingiu há cinquenta anos, por volta de 1900. Isto é, a mini-saia parece-nos muito curta, sem dúvida, mas o analista retém apenas este facto: ela é não muito curta, mas o mais curta possível relativamente ao ciclo completo. É certo que a história constitui, mesmo assim, uma força que conserva a sua liberdade e reserva algumas surpresas; mas, normalmente, se o ritmo da moda continua a ser regular, as saias deveriam, a partir de hoje, ficar mais compridas pouco a pouco, através das variações sazonais. Digamos que no ano 2020 ou 2025, deveriam de novo ser muito compridas."
Quanto à premonição, havemos de ver...
Têm flutuado, nos últimos anos, entre muito comprida e o mais curta possível (o dito "cinto"). Até já é/foi moda ir-se de pijama, de preferência às riscas, para a rua!
ResponderEliminarA imaginação (ou falta dela) também torna a moda cíclica!
Boa tarde
Às vezes, há umas extravagâncias que nos deixam boquiabertos, mas são raras. Normalmente completa-se um ciclo e volta-se atrás... E a moda para os homens é ainda mais conservadora.
EliminarUm bom resto de tarde.