domingo, 3 de fevereiro de 2019

Bibliofilia 170


Fernão Rodrigues Lobo Soropita (sendo que este último apelido seria uma alcunha) terá nascido em Leiria, por volta de 1560, e falecido depois de 1606. São escassos e incertos os dados biográficos do autor, sendo certo, no entanto, que estudou Leis em Coimbra, exerceu advocacia em Lisboa e, em 1595, fez publicar pela primeira vez as Rimas, de Camões. Por seus escritos se sabe que foi partidário de D. António, Prior do Crato. Provavelmente, Soropita terá professado no final da sua vida.
Em 1868, Camilo Castelo Branco, detentor de um manuscrito com obras do escritor, talvez oriundo do Mosteiro de Tibães, editou, na Livraria Nacional (Porto), as Poesias e Prosas Inéditas, de Fernão Rodrigues Lobo Soropita, com prefácio competente e digno de ser lido para melhor compreensão da obra do leiriense ilustre.
As poesias publicadas revelam um escritor mediano, com versos que reflectem alguns acentos camoneanos, mas auguram também um certo barroquismo nascente; as cartas, em prosa, é que são mais interessantes, de ritmo movimentado, pitorescas e com humor.
O livro, que não é raro, não aparece à venda, com muita frequência. Não tenho apontamento sobre o preço por que adquiri a obra, que tem falhas na capa, mas foi restaurada eficazmente por HMJ. E o único exemplar que se encontrava à venda, na Livraria Trindade (rua do Alecrim, 32-36), estava anunciado a 40 euros, recentemente, segundo pesquisa que fiz na net. 

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