quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Estéticas de outros tempos


Grande parte das capas dos livros, hoje em dia, são de um mau gosto horroroso. As editoras recorrem a bancos de dados de fotografias, na maioria dos casos, mas as escolhas concretas demonstram, à evidência, a falta de sentido estético dos seleccionadores gráficos (?). A menos que a exuberância berrante das cores e a infantilidade das imagens se destine a atrair a comunidade alargada e mais inculta da população - que, por aí, também anda muita gente mal vestida, embora, muitas vezes, bem adornada...


De 1957 a 1973, pelo Natal, a Estúdios Cor editava uns livrinhos para oferta. De grande apuro gráfico, as obrinhas (17, no seu total) são hoje muito procuradas. Com textos (contos, habitualmente) de escritores conhecidos, os pequenos livros foram ilustradas, nas capas e interior, com desenhos de alguns dos mais importantes artistas portugueses, da época: Maria Keil, Pomar, Sá Nogueira, Lima de Freitas, Cipriano Dourado, Carlos Amado...
No meu alfarrabista de referência, os 17 voluminhos estavam à venda, há dias, por 75 euros. Soube hoje que foram vendidos a uma senhora estrangeira, por certo conquistada pela beleza deles.
Por curiosidade bibliófila, posso informar que a BestNet tinha à venda a colecção completa, ao preço de 80 euros. Enquanto que a Frenesi, que normalmente se destaca nestes casos, os vendia por 280 euros.

endereçado a H. N., com estima.

8 comentários:

  1. Fiquei com curiosidade de saber qual a "nostalgia do Sr. Lima" :-)
    As capas são tão bonitas!
    Boa tarde

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    1. Confesso que ainda os não li, Paula, porque me foram oferecidos, ontem, pelo meu amigo H. N., que os tinha repetidos na sua colecção completa.
      Mas percebo a sua preocupação familiar..:-))
      Boa tarde, também.

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  2. É uma das colecções que tenho e guardo com grande carinho.
    Estavam por um bom preço. Sorte a da senhora estrangeira que os comprou!
    O Embargo de Saramago, vendido isoladamente, normalmente ronda entre 40 a 50 euros.

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    1. Tenho vários livrinhos soltos, mas não a colecção completa.
      E desconhecia que o voluminho de Saramago fosse tão caro, embora perceba porquê e talvez se justifique, em separado.
      Achei justo o preço a que B. T. os pôs à venda, até porque estavam em muito bom estado.
      Uma boa noite.

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  3. Nunca vi nenhum desses volumes.
    Mas as Edições COR sempre nos habituaram a obra gráfica cuidada.

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    1. São bem interessantes.
      E a Estúdios Cor tinha um critério de excelência nas suas publicações, além de muito bons colaboradores.

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  4. Tenho alguns destes livros. O que acho nas capas de editoras como a Estúdios Cor é que mantinham uma linha gráfica de editora e de coleção.
    Hoje é uma rebaldaria. É rara a editora que conseguimos identificar pela sua linha gráfica, o mesmo se aplicando obviamente às coleções. Até mudam capas às mesmas edições para as tornar (pensam eles) mais atrativas...
    Há cada capa...
    Bom dia!

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    1. Era um estilo. E de excelência editorial.
      Rebaldaria hoje, absolutamente.
      A dignidade de qualidade desapareceu quase totalmente.
      Bom Sábado.

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