terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Bonnard, sim ou não?


Creio que o primeiro quadro de Pierre Bonnard (1867-1946), que vi, foi esta tela de 1925, intitulada O Banho. E não gostei. Vi depois outras com o mesmo motivo, que é recorrente na sua obra, e uma semelhante sensação  de desagrado me surpreendeu.
Talvez por essa razão é que nunca falei dele, aqui no Arpose, até hoje.


O pintor francês tem agora, na Tate Modern, e até 6 de Maio, uma grande exposição sob o título The Colour of  Memory, e o penúltimo TLS (nº 6046) fala disso, amplamente, com palavras de Gabriel Josipovici, que já em 1986 lhe tinha dedicado um livro, Contre-Jour: A triptych after Pierre Bonnard.


Nesta recensão à mostra de Bonnard, aduzem-se argumentos a favor e contra a qualidade da sua obra. O primeiro a desvalorizar os trabalhos do pintor francês, foi Christian Zervos, nos Cahiers d'Art, logo após a morte de Bonnard, em 1947. Classificou-o como um pintor menor. Matisse, pelo contrário, defendeu-o.
Mas Picasso foi mais longe, na condenação da sua obra: "Não me falem de Bonnard... não é pintura aquilo que ele fez. Ele nunca vai além da sua própria sensibilidade. Não sabe escolher. Porque pintar não é uma questão de sensibilidade..."
Quem sou eu, para discordar de Picasso?

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