... em discretos pés de lã, mal pressentidos, os pequenos felinos silenciosos inspeccionam os recantos, vigiam o seu próprio espaço, assegurando a sua posse, e deslocam-se, subtis, por toda a casa. Mais raramente há um arrufo entre eles, com ameaça levantada de patas em que as unhas se descarnam como lâminas afiadas.
A Miki vem recolher dos humanos, ciclicamente, algum afago, ou com blandícia vem rodear e roçar as nossas pernas, de rabo alçado como se fora uma cobra vertical em contorções medidas. De todos, só Il Divo (assim o nomeio, para mim) totalmente nos ignora, olímpico e distante. Assumindo uma postura altiva e imponente, a que o seu pêlo angorá, e a enorme mancha branca, no peito, dá contornos de juba leonina em miniatura. Domésticos e domesticados, quase nunca miam.
Só o ruído longínquo da tempestade, se se repetirem os trovões, poderá perturbar a sua segurança altiva, transformando-os, por momentos, em simples gatos ansiosos, possuídos pela desordem das emoções, a que nem a presença dos humanos dá qualquer serenidade animal, em relação à Natureza.
Eles lá saberão porquê...
Gostei muito do seu texto. Bom dia!
ResponderEliminarMuito obrigado, Margarida.
EliminarÉ sempre muito gratificante sentirmo-nos acompanhados..:-)
Bom dia, também.
Uma análise aos gatos! Curiosos de mais para
ResponderEliminaro meu gosto. Uma característica que aprecio,
pelo menos no gato da minha filha, deita-se
de barriga para cima para lhe fazermos festas.
E assim se arranjou assunto. Boa noite.
Pois, a "Miki", por vezes, também optava por essa posição de abandono expectante..:-)
EliminarBoa noite, também.
Também gostei do texto.
ResponderEliminarBom dia!
Obrigado, MR.
EliminarBoa tarde.