domingo, 1 de abril de 2018

De como o Presidente parqueou na minha rua


A minha não é senão uma rua banal outrabandista, sem nada que a distinga de tantas outras. Apenas, de um dos lados um murete, com rede de protecção subida, denuncia a Escola que tem, por aí, uma porta secundária de acesso para viaturas, que não para alunos.
Os pardalitos, que bicavam o seu sustento pelo chão, voaram espavoridos, ao som das sirenes e ao ruido estridente das motos da GNR. E um cão vadio choutou, assustadiço e nervoso, para outro lado. Foi por lá perto que eu vi estacionar o carro e de lá sair o Presidente. Que levava com ele o que parecia ser o embrulho de um bolo grande de pastelaria. Enquanto ele entrava para a Escola, fui eu comprar o jornal, na tabacaria habitual.
Quando o horizonte do estabelecimento de ensino, no meu regresso, entrou de novo no meu ângulo de visão, deparei-me com a Presidente do Conselho Directivo a despedir-se do PR. A lágrima que ela enxugou, ao canto do olho, fez-me suspeitar que o bolo teria sido de Aniversário ou, ao menos, um daqueles Ninhos ou Troncos de Páscoa, comprado talvez nalguma pastelaria de Belém...
O que me levou a concluir que este Presidente, incansavelmente, vai a todas. Porque não pode parar quieto. Ou um pouco para pensar. Ele é todo afectos, emoção e sentimento (político?).

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