Faleceu, ontem (1/4/2017), o poeta russo Yevgueni Yevtushenko que, sovieticamente, tinha nascido a 18 de Julho de 1932, na então U. R. S. S..
A poesia panfletária ou, melhor dizendo, comprometida, tem a virtualidade de arrastar emocionalmente todos aqueles que estão predispostos a aceitá-la a priori, do ponto de vista ideológico, lendo ou ouvindo a sua mensagem, sobretudo, em anos de extrema juventude. E, se for bem dita, o milagre ainda é maior: uma espécie de Fátima poética, superior e transcendente. Estou a lembrar-me do nosso grande diseur, da sua própria obra, Ary dos Santos.
Eu creio, criticamente, que Yevtushenko não era um poeta maior, mas tinha carisma e muita qualidade na sua declamação. Teatral e emotiva.
Tive oportunidade de o ver e ouvir no Teatro Capitólio (Lisboa), ao vivo, em 1967, graças a um convite e insistência amiga de Mário Castrim. Babi Yar e a " Entre a cidade Sim e a cidade Não" (?), não conhecendo eu a língua russa, eram um milagre litúrgico, ditos por ele. Fiquei convertido. Nunca cheguei, no entanto, a perceber como ele conseguia ser o embaixador literário da U. R. S. S. e sair do país dos sovietes, naquela altura. Mas também, apresentado que foi por Fernando Assis Pacheco, nunca entendi como é que ele conseguiu entrar em Portugal, nesses tempos estadonovistas...
Seja como for, tão cedo, não irei esquecê-lo.
Por que é que não admite que é das pessoas que não esquece salvo se lhe dê uma tartarinha e fique sem memória?! "Tão cedo não o vou esquecer"...ah, ah, ah...os poetas são indeléveis.
ResponderEliminarSimplesmente porque não era essa a intenção do poste.
EliminarLembro-me bem da vinda do Ievtuchenko a Portugal e ao Capitólio. Não sabia que tinha morrido. Acho que já uma vez geminámos sobre o assunto. :)
ResponderEliminarBom dia!
É verdade, e foi a MR que me confirmou que tinha sido no Capitólio..:-)
EliminarUma boa semana!