A
propósito de uma alteração da Lei da Nacionalidade, surgiu hoje, numa estação
da televisão uma velha questão, cheia de ignorância.
Ao
que parece, nem toda a “gente”, e falo de jornalistas de estações públicas, já
se apercebeu da diferença entre uma nacionalização – certamente dos Bancos,
etc. – e uma NATURALIZAÇÃO, tal como diz a Senhora Ministra, e bem, relativa à
intenção de alguém para adquirir a nacionalidade de um determinado país.
Não
cabe neste espaço, e porque já falta a paciência para reproduzir tanto desvario
burocrático, a “narrativa” do calvário, ou trabalho de Sísifo, a percorrer para
levar a bom termo todo um processo de naturalização.
Foram
meses de aventuras, despesas acumuladas, e episódios memoráveis. Só conto um
por desfastio. Tal como se voltou a falar hoje, a lei prevê uma prova de
“domínio da língua portuguesa” que, numa determinada altura, o pretenso
candidato teria de prestar num serviço da Câmara Municipal da sua residência.
Perante
o solícito funcionário camarário, destinado a passar o atestado do domínio da
língua para poder aceder ao estatuto de cidadão nacional – para todos os
efeitos legais, excepto o exercício do cargo de Presidente da República
Portuguesa – respondi à pergunta inicial, dizendo, em vernáculo, que era eu a
pessoa a ser examinada.
Passada
a primeira reacção, algo estranha do funcionário perante o estabelecimento,
normal, da conversa em Português, surgiu a pergunta sacramental: “ A senhora quer
“nacionalizar-se”? Ao funcionário
municipal respondi, na altura, que houve muita “coisa” nacionalizada, mas que
eu não me candidatava a um processo de NACIONALIZAÇÃO.
Constata-se,
portanto que, passadas décadas, continua a mesma confusão, ou ignorância, que
leva um reputado jornalista a não distinguir entre NACIONALIZAÇÃO E
NATURALIZAÇÃO.
Ao
que parece, a Senhora Ministra, sabe bem do que fala quando refere a
complexidade de todo um processo de NATURALIZAÇÃO. A quem o dizem !
«Francisca Van Dunem admitiu que as questões de nacionalidade
"são muito complexas" e suscetíveis de gerarem "um ambiente de
alguma dificuldade e compreensão" não só no público em geral como também
nos próprios serviços que tratam destas matérias.» Expresso, 20.4.2017
Post de HMJ
De rir... Para si, HMJ, deve ter sido de chorar. Nunca tal tinha ouvido.Ou não prestei atenção. Às vezes ouvimos o que queremos ouvir. :)
ResponderEliminarBom dia!
Para MR:
EliminarAcertou ! Só que dá para rir, mas não "chorar para mais". É um dos vários casos, na minha vida, em que surgiu a ideia de desistir, pouco antes do final da "festa". A persistência "genética" é que ditou o final feliz: uma cidadania PLENA, sem mais artimanhas. A dignidade humana a tanto obriga. Cidadã europeia, livre, em qualquer país do espaço geográfico, sem provincialismo ou nacionalismos parvos e obsoletos.
Ou como se costuma dizer, a língua portuguesa é muito
ResponderEliminartraiçoeira, ou determinadas pessoas deviam pensar um pouco
mais no significado de palavras "aparentemente" ambíguas.
Bom fim de semana.
Para maria franco:
EliminarBom fim-de-semana.