Os outros acham que é normal perdoar aos seus inimigos. E eu bem gostaria de os ver seguir esses belos preceitos. Pode perdoar-se a um inimigo; mas, como dizia Mauriac, não podemos esquecer que lhe perdoámos. Não há nada menos puro do que o perdão.
E. M. Cioran (1911-1985), in Cahiers - 1957/1972 (pg. 853).
Desculpe, mas não concordo. Há perdões que são também um pouco esquecimentos, não anulam o mal, mas quase. Só que são os que menos existem. A maioria é falso perdão. Tudo depende mais do carácter do perdoador que do mal feito e da culpa.
ResponderEliminarBom sábado de aleluia
Não tem que pedir desculpa: as frases são de Cioran, eu limitei-me a traduzi-las. O que não quer dizer que concorde com tudo o que ele diz.
EliminarBoa Páscoa!
Eu acho que depende da gravidade da coisa a perdoar.
ResponderEliminarNão sou uma pessoa nada rancorosa, mesmo nada. Algumas vezes que me zanguei com alguém, essas pessoas tornaram-se-me completamente indiferentes. Outras voltei a falar normalmente com elas. Mas não eram amigos, eram só colegas.
Creio que na verdade nunca tive nenhum motivo forte para me zangar com alguém.
Mas acho que há coisas difíceis de perdoar, uma delas é a traição, tenha ela os contornos que tiver.
Enfim, perdoar depende do quê e do feitio de cada um.
Uma coisa tenho a certeza, é que andar a remoer conflitos ou o que quer que seja só nos faz mal, portanto, perdoar ou esquecer e andar para a frente é o melhor caminho.
Uma boa tarde de sábado:)
Há um cristão bíblico ("Pai!, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem.") que deve ser tido em conta, até pela época que atravessamos. Mas que não deixa de ter a sua ponta de arrogância; ou ironia.
EliminarMas eu creio que o perdão nunca é demasiado consciente, antes tem algo de permissivo e condescente, através de um certo apagamento de razões que provocaram a "ferida".
Concordo, Isabel, que a traição, em sentido lato, é o mais difícil de perdoar.
Bom sábado,também.
Onde escrevi "condescente", queria escrever: condescendente.
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