Mais do que a zona ribeirinha de Cacilhas, que poderia ter outro melhor aproveitamento, a praça central de Porto Brandão, junto ao Tejo, apresenta ainda um aspecto mais confrangedor de ruína e abandono. Carreiras de barcos, de e para Belém, são de hora a hora e acabam às 21h00, os cães preguiçam deitados no chão, velhos circulam lentamente e alguns jovens, na única esplanada aberta, vão apanhando o Sol que podem.
À retaguarda a mesma desolação impera, ganha apenas pelo silêncio da tarde quente que mais parece de Junho do que de Abril. Por todo o lado há traços de actividades extintas e indústrias marítimas que se perderam para sempre. No cais esburacado dois pescadores e uma pescadora lançam a linha sobre o rio quase quieto onde várias taínhas rebrilham em reflexos sinuosos sob as águas.
E até a garça, inesperada e vigilante sobre o Tejo, depois de se deixar fotografar por nós, se foi embora daquelas paragens, que pouco ou nada já podem oferecer.
Apesar da decadência notória fiquei com vontade de ir até lá.
ResponderEliminarE gostei das fotos. Um assunto arejado, e espero por
mais viagens. Boa noite.
A travessia do Tejo, quer seja de comboio (pela Ponte), quer de barco (cacilheiro), é sempre muito agradável.
EliminarÉ claro que de Porto Brandão, a vista de Lisboa é magnífica - que é o que lá existe de melhor. E ver o Tejo passar.
Bom resto de semana!
Mas tão lindinha a garça, feita ponto de interrogação simétrico.
ResponderEliminarFui lá apenas uma vez - a Porto Brandão -, cheirava a pobreza triste.
Mas desapareceu sem darmos por isso...
EliminarO mais notório, na vila, era sobretudo o desleixo.
E a pobreza o que é senão também esse desleixo triste de ver?! Nunca pensou nos lugares de que gosta? Podem ser silvestres ou não, mas não são desleixados. A ambientes desleixados falta o olhar de quem pode.
EliminarPois seja.
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