Não sei já quem disse que analisar e explicar um poema é a melhor maneira de o destruir. De alguma forma, o estudo escolar de "Os Lusíadas" fez abortar, pelo menos parcialmente, a possibilidade de fruição inteira do nosso poema maior. Por outro lado, neste nosso tempo, raríssimos serão aqueles que terão oportunidade, paciência e o prazer de virem a ler, com proveito e gosto, as estâncias camoneanas descrevendo, genialmente e por exemplo, o fogo de Santelmo, ou, com imenso humor, o episódio (pícaro) de Veloso. Alguma coisa se vai perdendo para sempre, dos antigos cânones...
Quando releio As Aves (1969), de Gastão Cruz (1941), lembro-me sempre de Sá de Miranda e de Mafra. E dos 6 meses, que por lá passámos, com diferença de 3 meses, na recruta e especialidade. É uma realidade prosaica mas, na altura, com a guerra colonial, essa realidade era também dramática. Tudo isto pode ajudar na leitura deste pequeno (grande) livro de poemas. Sobretudo para quem viveu esses outros tempos e os sentiu na pele.
Foi o primeiro livro que li do Gastão Cruz. E tenho-o nesta linda capa das Iniciativas Editoriais.
ResponderEliminarBom dia!
Eu tive a sorte de comprar as plaquetes da "Poesia 61", na Lácio, em boa altura e a bom preço...
EliminarBom dia!
Um poeta que li muito nos anos setenta, nas edições da Assírio e Alvim (uma das obras reunia vários livros)e numa edição da & Etc. Mas infelizmente a minha biblioteca de poesia e não só, dessa década de setenta perdeu-se na espuma dos dias.
ResponderEliminarMuito boa tarde!
Pena que a sua biblioteca se tenha perdido, a menos que tenha ido parar a boas mãos. Felizmente, da minha, só dei por ter perdido 3 livros.
EliminarTambém tenho alguns livros de G. C. das editoras que refere.
Uma boa noite!