"Conheci escritores, obtusos e mesmo estúpidos. Os tradutores de que pude aproximar-me, pelo contrário, eram mais inteligentes e interessantes do que os autores que traduziam. É que é necessária mais reflexão para traduzir do que para criar."
E. M. Cioran, Aveux et Anàthèmes (pg. 39), Gallimard, 1989.
Bem... nem sei que diga... :)
ResponderEliminarÉ uma das habituais provocações de Cioran, muito embora o raciocínio final não esteja errado...
ResponderEliminarCioran, pelos vistos, não alinhava no pensamento dominante (ou que dominou) da tradução/traição. Nestas coisas da tradução/criação, caso bicudo foi (é?) sempre o dos poetas que traduzem poetas...
ResponderEliminarEste nosso amigo, LB, foi sempre inquietante.
ResponderEliminarMas também motivador...
Por acaso até concordo com poetas a traduzirem poetas, desde que sejam bons conhecedores de ambas as línguas.
ResponderEliminarTemos alguns (poucos) bons exemplos, MR: Paulo Quintela, Eugénio de Andrade e Jorge de Sena. E, na prosa, não posso esquecer, também, Sena e Miguel Serras Pereira, pelo menos.
ResponderEliminarInteiramente de acordo com MR sobre a tradução de poesia por poetas. Se a prosa se traduz, por que não haveria de se traduzir poesia?
ResponderEliminarCreio que não exigirá apenas mais inteligência e reflexão, exige também sensibilidade na aproximação à obra do outro. Estou enganado?
Creio que está certo,c.a., muito embora, às vezes, surja, ao ler um verso, um eco imediato tão forte e tão impositivo (sem trabalho e sem pensar) que quase faz acreditar que a Poesia tem uma linguagem primordial...
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