sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Memória 141



A correspondência antiga na sua forma clássica  e formal é, muitas vezes, uma fonte inesgotável de informação e pormenores ligados à realidade. Presente e futuro, pelas circunstâncias conhecidas, não prometem grandes correspondências...
O postal (em imagens), datado de 12/7/1933, foi enviado de Bruxelas pelo diplomata e poeta Alberto d'Oliveira (1873-1940) para a sua filha, Maria d'Oliveira Reis, em Lisboa (rua da Escola Politécnica 195), tendo sido reexpedido (13/7/1933) para o Estoril (Hotel Palácio), onde porventura a dita Senhora passava férias de praia, nessa altura do Verão.
Adquiri o bilhete postal, nos anos 80, na rua do Alecrim, porque na época ia a meio de um pequeno trabalho sobre o poeta António Nobre (1867-1900), de quem Alberto d'Oliveira fora grande amigo. E ambos tinham habitado, enquanto estudantes da universidade de Coimbra, a conhecida Torre de Anto, que Oliveira conservou alugada até 1939. A Torre vem impressa, em jeito de ex-libris, no verso do postal. Na caligrafia, algo críptica de Oliveira, consegui descortinar uma referência ao escritor Carlos Malheiro Dias (1875-1941).


5 comentários:

  1. No futuro será difícil fazer o itinerário-cronologia de uma pessoa.
    Bom dia!

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  2. Quando tive acesso ao espólio de José Gomes Ferreira, achei graça que ele e Carlos de Oliveira, morando durante um tempo no mesmo prédio, escreviam bilhetes um ao outro, transportados pela empregada de JGF.
    Bom dia!

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    1. Perder-se-á, realmente, uma boa parte do percurso das pessoas, e é pena.
      Interessante esse contacto entre os dois escritores, que eu desconhecia.
      Um bom fim-de-semana.

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  3. Gosto de ler correspondência antiga. Quando andei a ler as cartas do pintor Carlos Reis para o filho descobri que antigamente havia correio aos domingos. Bom dia!

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    1. As correspondências ajudam a conhecer melhor as pessoas e a vida.
      Uma boa noite.

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