(...) Mãe e pai tinham para com as flores o contacto comum de qualquer pessoa apressada à volta de um ecossistema desnudadamente urbano. Passavam por elas, mas não as sentiam. Aqui e acolá, visitavam-nas nas pólis dos centros comerciais ou por ocasião de um funeral ou de um dia comemorativo. Mas mesmo aí, entravam como se entra num salão social onde a gente se acotovela e onde não é possível distinguir o bom do mau, o sensível do apático. Nessa amálgama de flores de tantos odores, nenhum fica na memória porque todos se confundem. (...)
António Bagão Félix (1948), in O cacto e a rosa (pg. 72).
Recentemente, fiquei a saber do gosto, prazer e conhecimento que Bagão Félix tem pelas e das plantas; pelo que não fico surpresa com este livro!
ResponderEliminarBom dia!
É um dos já raros políticos que não se esgota na actividade partidária, felizmente.
EliminarSão 22 contos, leves mas bem escritos que, não sendo excepcionais, se lêem bem, tendo por pano de fundo a natureza.
Boa tarde.
Há uns anos folheei o livro Trinta árvores em discurso directo e fiquei com vontade de o ler. Vou colocá-lo na lista para futuras leituras.
ResponderEliminarBoa tarde!
É, pelo menos, uma leitura arejada, nada enfatuada e refrescante..:-)
EliminarUma boa noite!
Há uns bons anos ele aparecia semanalmente num telejornal a falar de árvores, e eu esperava esse dia (não recordo qual) como quem espera um episódio de uma série. Confirmei e aprendi muitos nomes de árvores nessa altura.
ResponderEliminarDurante décadas tive esse cacto, a que eu chamava cacto rosa e que dava uma belíssima flor em tons rosados.
Um dia finou-se com as geadas da Beira Interior.
Boa noite.
Em tempos, o jornal Público também teve colaboração de ABF, com temas da natureza, mas também da linguagem. É um homem culturalmente polifacetado.
EliminarBoa noite, também.
Interessante - gosto muito de flores e árvores. Bom dia!
ResponderEliminarEstamos em sintonia.
EliminarUma boa noite.