Em tempos da minha juventude, as opções eram normalmente simples. O maniqueísmo era predominante. Ou cabelos curtos ou muito longos, Benfica ou Sporting (o Porto ainda não fizera a sua aparição...), ou O Mundo de Aventuras ou O Cavaleiro Andante, semanais. Muito embora houvesse transgressões pequenas: por exemplo, os soixante-huitard, do Maio francês, preferiam os cabelos compridos e rabos de cavalo aos austeros cabelos curtos do maoismo da Revolução Cultural. Excepção feita ao alsaciano Cohn-Bendit, que tinha o seu cabelo mais ou menos composto e com volume. Pressagiando, talvez, o cordato e futuro deputado Verde do P. E., que viemos a conhecer mais tarde.
Muitos anos depois, chegou a terceira via, que havia de dar cabo do socialismo democrático, a multiplicidade do corte dos cabelos, o liberalismo desenfreado que se seguiu à queda do Muro, o exotismo andrógino, o politicamente correcto dos beatos saudosos da religião perdida, a nova ignorância militante. As etnias multiplicaram-se à face da terra e nas consciências, sendo enorme, hoje, a possibilidade de escolhas. Mas uma coisa se repete, juvenil, quando a liberdade parece ser total: continuam a queimar-se carros pelas ruas. Como aqui, há 50 anos atrás, neste Paris varrido pela sublevação estudantil, em 11 de Maio de 1968 ( da foto que encima este poste).
Muitos anos depois, chegou a terceira via, que havia de dar cabo do socialismo democrático, a multiplicidade do corte dos cabelos, o liberalismo desenfreado que se seguiu à queda do Muro, o exotismo andrógino, o politicamente correcto dos beatos saudosos da religião perdida, a nova ignorância militante. As etnias multiplicaram-se à face da terra e nas consciências, sendo enorme, hoje, a possibilidade de escolhas. Mas uma coisa se repete, juvenil, quando a liberdade parece ser total: continuam a queimar-se carros pelas ruas. Como aqui, há 50 anos atrás, neste Paris varrido pela sublevação estudantil, em 11 de Maio de 1968 ( da foto que encima este poste).
Excluindo a questão para mim triste, que é a da permanência da violência (sob todas as formas), gosto mais de um mundo menos maniqueísta. Bom dia!
ResponderEliminarEstou consigo. Muito embora muitas das opções que se nos oferecem acabam por ser atalhos errados.
EliminarBom Domingo.
Não consigo perceber, mesmo que seja por protesto, a vontade de estragar o que é dos outros! E pensava-se que os anos passavam, havia evolução de mentalidades e a destruição desaparecia, mas não!
ResponderEliminarBom dia
Há quase sempre um lado anarca e destrutivo na juventude que só a idade faz abrandar. Por outro lado havia também uma certa agressividade contra o consumismo que, infelizmente, sobreviveu e se agravou até hoje.
EliminarBom dia.