O bom tempo veio renovar o
meu plano de conhecer melhor os “cantos à casa”, ou seja, descobrir ou
revisitar alguns espaços de Lisboa.
Ontem aproveitei o Dia do
Trabalhador para conhecer o novo Campo das Cebolas, de que tinha visto algumas
imagens aquando da recente inauguração. Antes de chegar ao novo espaço de
lazer, olhei, com alguma atenção, para a Igreja da Conceição Velha, reproduzida
acima, porventura o momento mais agradável do passeio.
Na Baixa não se pode
transitar e cada vez se compreende menos como uma cidade tão cheia de gente
ainda admite uma ocupação selvagem do espaço público, que resta, com toda a
qualquer bestialidade de feira: vendas de produtos duvidosos, momos e fazedores
de ruídos, já que nada têm de arte, estética ou gosto. Tal como as hordas de
trogloditas, vindas de cavernas, que são os únicos a pararem e tirarem as fotos
para mostrar aos remediados da sorte que ficaram em casa.
Toda esta impressão
monstruosa alcança o seu auge quando se olha, da Igreja da Conceição Velha para
o fundo da rua: UM MONSTRO a entrar pela cidade adentro.
Quase não tive vontade de
avançar e prolongar o meu passeio. Olhei de soslaio para o renovado Campo das
Cebolas, cheio de gente a rebolar-se pela relva. Nem quis ver o novo Terminal
dos Cruzeiros, porque a monstruosidade dos paquetes a entrar pela cidade
adentro é, no mínimo, obscena. A quantidade de gentinha que vem em cada uma
destas “bestas de poluição”, como lhes chama uma amiga minha, ainda contribui
mais para o completo congestionamento do trânsito.
Da antiga Estação Sul-Sueste caminhei à beira
Rio, não em passeios, mas no meio da rua, porque já não havia espaço para circular.
Alcancei, com desconforto, a praça junto ao Cais do Sodré para apanhar o meu
autocarro, tentando fugir aos sons, em altos berros, que umas criaturas
resolvem emitir livremente, ocupando o espaço público de forma selvagem e limitando-me
no meu direito de passear livre e SOSSEGADAMENTE pela cidade.
Post de HMJ
Apesar de todos esses contratempos bem irritantes, tenho uma certa invejita de quem pode e sabe andar assim por Lisboa. Adorava poder andar assim por lá a passear e a conhecer cada canto, sem me atrapalhar.
ResponderEliminarInfelizmente esse é cada vez mais o cenário de Lisboa e agora também do Porto, segundo dizem. E a falta de respeito pelos outros é uma constante em qualquer lado. As pessoas acham que estão cheias de direitos , mas esquecem-se que eles acabam onde começam os dos outros. Isso irrita-me.
Uma boa noite para a HMJ :)
Para Isabel:
EliminarPois continuo a gostar. Não falei no texto, mas hoje experimentei a renovada Carreira 24 dos eléctricos da Carris: Chiado, Rato, Amoreiras. Aproveito ao máximo o meu "passe de velhinha" para andar e ver Lisboa. Desejo também uma boa noite numa cidade AINDA tranquila.
Já tinha sentido a falta das suas observações lisboetas, infelizmente
ResponderEliminare como eu esperava bastante negativas. Pouco podemos fazer pois a invasão
de Lisboa tem de ser permitida, quer queiramos ou não. Se dá dinheiro, deve
ser só para alguns pois o desgaste ambiental da cidade não há dinheiro que
o pague. O Chiado está um caos. É de fugir. Ainda não andei no 24 mas receio as enchentes. Nem dá para comparações com a cidade dos anos 50 e 60,
que tão bem conheci. A evolução deveria ser menos negativa. Desejo-lhe um
bom resto de semana.
Para maria franco:
ResponderEliminarobrigada pelas suas simpáticas palavras. Ora, o 24 anda, por enquanto, quase só com naturais ! Os forasteiros só conhecem o 28 e o amarelo dos eléctricos é pura coincidência. Ficam a olhar aparvalhados quando o 24 desce a Rua do Príncipe Real.
Gosto do renovado Campo das Cebolas que estava uma espelunca. O Terminal de Cruzeiros também ainda não fui ver.
ResponderEliminarO que não suporto são as feiras que montam nas praças, como na Praça da Figueira, Rossio ou Praça do Comércio, desvirtuando-as. Mas, infelizmente, não é só uma moda nacional. São as importações de ma gosto que gostamos de fazer.
No outro dia passei pela Praça da Figueira e fiquei para morrer com a recuperação do prédio das traseiras da Suíça. E disseram-me que o projeto é recuperar todas as fachadas com aqueles azulejos horríveis e janelas indescritíveis.
E há mais uma praga em Lisboa de que falarei um dia destes no Prosimetron: os ciclistas.
Bom dia! Bons passeios!
Para MR:
ResponderEliminarPois, por causa da terrível moda de montar barracas em todo o lado: junto ao Rio no Cais do Sodré, no Chiado,e tapando a vista no Jardim de S. Pedro de Alcântara já me cansei várias vezes, reclamando. Mas foi como "bradar no deserto". Como resposta levei uma lição de civilidade: afinal as barracas servem para com o seu aluguer "ajudar os pobrezinhos" da freguesia. Fiquei atónita e não achei oportuno responder a semelhante prosa inqualificável.
Nós temos tendência a fugir da Lisboa Velha, se bem que esse seu passeio me tenha despertado a vontade de ir ao "novo" Campo das Cebolas, onde tantas vezes apanhei a camioneta para as férias do Norte, numa Leça da Palmeira ainda vazia de gente de fora!
ResponderEliminarNão achei nada de especial ao novo Terminal dos Cruzeiros!
Acho que vou começar a passear em avenidas escolhidas, nas chamadas Novas, embora até aí se encontrem uns extraterrestres de máquina em punho!
Bom dia
Para Paula Lima,
Eliminarpois, costumo escolher os destinos, mas aqui no Chiado e na Baixa levamos sempre com eles. Apanho carreiras para "longes terras", Olivais, Ajudas, Encarnação, etc. para apenas me deparar com o ambiente e os residentes. Mas, por vezes, torna-se difícil evitar as hordas como foi no passeio pelo Campo das Cebolas e o passeio ribeirinho que gosto imenso.
Ainda faltava mais esta "espectacular" notícia.
ResponderEliminarDurante 10 dias o Terreiro do Paço vai ser a aldeia
da Eurovisão. Que bom...É só festas. Como dizia uma
colega minha, não há paciência. Boa noite.
Para maria franco:
ResponderEliminarNo Dia do Trabalhador lá estavam a montar o "barracal" todo. O ruído diário e nocturno parece começar já amanhã. Boa Noite !