sábado, 22 de outubro de 2011

Notas de Viagem 4 (finais)

Estas últimas notas reservei-as para falar de um bichinho que, para além dos esquilos, sempre me encantou, o ouriço-cacheiro. Confesso a minha ignorância sobre os hábitos de vida de ouriços até conviver com eles, diariamente, no jardim da minha amiga e ouvir as suas sábias lições. Ora, o ouriço-cacheiro, residente no jardim de RJ apresenta-se:

Temporariamente encontrava-se no chão da cozinha, à espera de ser alimentado, através de uma seringa e com um creme de sopa de carnes, por se encontrar doente dos "dentinhos" e, por isso, incapaz de trincar o prato de carne cozida, sozinho. No entanto, a moradia do ouriço-cacheiro, no jardim, é agradável e espaçosa como se vê:

A restante população de ouriços, uma dúzia ou mais, vive noutras casinhas e abrigos vários espalhados pelo jardim. Por volta das 23 horas, e depois de terem comido nas casinhas os pratos de carne diariamente servidos por RJ, começa a "ronda da noite". Passeiam pelo jardim e pelo terraço, à procura de amendoins previamente espalhados pela minha amiga. Comem-nos deliciados, fazendo um ruído próprio que anuncia a sua presença. Ouvem-se também, por vezes, uns roncos agressivos quando dois pretendentes ao mesmo petisco se enfrentam. Aprendi, portanto, algo sobre o seu modo de vida que, em pequena, ignorava por completo, ou seja, os ouriços-cacheiros percorrem o jardim no período nocturno. Aproveitam o Verão para encherem o bandulho até atingirem ca. de 800 gr., peso que lhes permite aguentar o período de hibernação, no Inverno, até acordarem, de novo, na Primavera seguinte. Os residentes de RJ, e outros que ela encontra e pretende salvar dos inimigos mais ferozes dos ouriços, ou seja, os automóveis, hibernam numa parte reservada da garagem, em enormes caixas de papelão, confortados numa caminha de feno.
Soube, há dias, que o ouriço doentinho, que vemos na imagem, apesar dos cuidados extremos, não sobreviveu muito tempo depois da minha partida.


Post de HMJ, dedicado a RJ, em pensamento

4 comentários:

  1. Gostei imenso deste post que me recordou um dos meus livros da instrução primária, onde não faltavam histórias e ilustrações com ouriços-cacheiros.

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  2. Obrigada pelo comentário e foi um prazer fazer recordar memórias antigas.

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  3. Não sei se me atreveria a colocar um ouriço no colo. Na foto, tem um ar muito pacífico.

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  4. Ora, Miss Tolstoi, não acreditava, mas é verdade. Com a pessoa certa, encolhem os espinhos e podem afagar-se, sem mais.

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