sábado, 30 de março de 2019

Osmose 103


Fará sentido, hoje, falar-se de amor imortal? Quando a finitude é uma evidência humana? Prefiro, talvez por isso, aceitar, em alternativa: amor fatal - com todas as suas finitas consequências. Porque, também o Outro irá morrer e a memória desse fogo celeste, comum, se irá apagar "como lume breve".
Nunca me recusei a amar, com todos os seus limites e sujeições, terrenos. Mas usar o verbo adorar, e praticá-lo, sempre me pareceu uma prerogativa feliz e exclusiva das almas simples e ligeiras. O que não deixa, no entanto, de ser uma virtude, na alínea particular da generosidade.

2 comentários:

  1. Amor imortal e amor fatal,são na minha opinião expressões
    literárias. O adorar será o superlativo máximo de gostar, e
    que muitas pessoas utilizam. Mas é sempre bom passar pela
    vida e amar alguém, ou até mesmo apenas uma coisa que nos cative.
    Gostei do tema, e apenas me atrevi a escrever o que me veio à ideia.

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    1. Se concedo que imortal é meramente literário, já do amor fatal conheço alguns exemplos reais, com consequências.
      Quanto ao adorar, é verbo que não uso porque tento ser rigoroso com as palavras e atribuo-lhes uma hierarquia na perspectiva dos sentimentos.
      Admito que a nível de rituais se utilize, com sentido religioso. Usado a torto e a direito o verbo banalizou-se tanto que eu, pelo menos, não lhe atribuo qualquer valor significativo.
      Uma boa noite.

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