sábado, 23 de março de 2019

A evitar, absolutamente (4)


Se há coisa de que eu gosto, desde que me conheço, é de História. E da de Portugal, em particular.
Diz-se, e eu acreditava, que o Expresso era um jornal de referência. No meio de tantos pasquins que se publicam, em Portugal, não seria difícil dar crédito a tal afirmação que implica seriedade, primeiro, algum rigor, e solidez naquilo que se publica. A ilusão mirífica apagou-se-me, há dias.
Acontece que, na minha banca de jornais, o dono do quiosque tinha, sobrante e vendável, a colecção completa dos volumes de O Essencial dos Reis de Portugal, publicada em anexo-bónus ao Expresso, ao longo de várias semanas anteriores. Comprei, assim, a colecção das 8 pequenas obras.
Cada um dos livrinhos, tinha um prefácio de Henrique Monteiro (1956), sujeito que já tinha sido, até Janeiro de 2011, director desse hebdomadário e escreve (ou preenche), recentemente, a penúltima página do jornal. Sempre o achei um cómico bem disposto, não estava era à espera, logo no primeiro prefácio (pg. 5), de um erro dele clamoroso e desta natureza (ver sublinhado a lápis):


Agora, pela amostra, imaginem-se os dislates que não irão ocorrer ao longo dos restantes sete prefácios do sr. Monteiro!...
Eu, pelo menos, irei continuar a considerar o rei D. Sebastião (1524-1578) como filho do infante D. João Manuel, este sim, filho de D. João III. E aconselho os colaboradores do jornal a frequentarem, rapidamente, um curso intensivo de História portuguesa. Porque isto pode ser contagioso.
Assim, esta excrescência que apareceu com o jornal Expresso deve ser de evitar, absolutamente!

11 comentários:

  1. Durante décadas comprei o semanário Expresso, mas nos últimos anos fui deixando de ler, porque já sabia o que iria encontrar escrito nele. Depois quando ofereceram um novo grafismo â revista, vim a descobrir que a revista do jornal "Le Monde" possui um grafismo igual (mas esta revista não é vendida fora da França continental ou seja o jornal chega a todo o mundo mas a revista não. Ainda me recordo da minha cara mo aeroporto em Paris, a ler a revista). Agora surge este estranho acontecimento da newsletter, que levou a mudanças na Direcção do semanário.
    Quanto ao caso que refere. não é gralha, mas antes fosse.
    Desejo-lhe um bom fim-de-semana.

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    1. Há muito que não compro o Expresso, mas troco-o com um amigo, uma semana depois de ele o ter lido.
      A guinada à direita, a "defenestração" de António Guerreiro e este caso recente da newsletter, indiciam um ambiente viciado. Há Costas e Costas, mas também há monteiros cómicos, ignorantes, ligeiros e desleixados, que até já foram directores... Que se pode esperar?
      Retribuo, com estima, os seus votos.

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    1. Envergonhante, indesculpável erro ignorante e grosseiro, no mínimo...
      Um bom fim-de-semana.

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  3. Se calhar quando trocou paternidades, estava de volta do "problema verde". O toldar colorido da mente deve tee dificultado a revisão :-)
    Bom dia

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    1. Só damos pela paupérrima qualidade desta gente, com os deslizes de ignorância que eles tentam dissimular...
      Bom fim de semana.

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  4. Já me tinham dito que era uma grande porcaria, mas não imaginei que chegasse a isto. Disseram-me que era a História de Portugal de Fortunato de Almeida, o que eu achei estranho. No século XXI, o jornal Expresso 'oferecer' ao grane público uma história de Portugal publicada e 1928... Deviam ter escolhido algo mais recente.
    Bom domingo!

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    1. Errado. Não é do Fortunato de Almeida, mas baseado no trabalho (creio que ainda mais antigo) de Afonso Zúquete.
      E quem faz de palhaço pobre é o sr. Monteiro, coitado...
      Retribuo, com estima.

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    2. Nunca li nada de Afonso Zúquete e pelos vistos fiz bem. :) Que ideia mais estapafúrdia publicar esses livros...
      Também me tinham dito que o Henrique Monteiro fazia a introdução. Mas parece que não leu o livro que prefaciou porque isso não lhe passaria...
      Boa semana!

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  5. No livro, o Cardeal é filho de D. Sebastião? :-)

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    1. Nem tanto..:-)
      Mas a escrita do prefácio é ligeira, ambígua e muitas vezes confusa. A introdução parece ter sido feita com os pés, ou em cima dos joelhos.
      Uma boa semana, também.

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