quarta-feira, 6 de março de 2019

Divagações 143


Eu sei que há convites indeclináveis e tentações irresistíveis. E, em relação a figuras públicas, o dilema ainda é pior. A recusa pode ser sempre interpretada como fruto de elitismo ou de sobranceria, pela gente comum. A personagem, no entanto, pode dar sempre um ar de distinção, sublinhar a diferença, mesmo em ambiente de tasca pimba ou nova-rica e barroca. Entre um arroz de lata de atum, ainda que algarvio, em forma de assim, e uma cataplana a preceito vai uma enorme diferença. Depende de quem o ou a faz e escolhe para ementa, em local mesmo que pouco recomendável.
Tenho constatado, com preocupação crescente, a ausência de abelhas nas nossas varandas, quando  os vasos estão floridos. As vespas, porém, são mais que muitas, pousando em tudo quanto é flor. E eu bem as dispensava... Mas, de há uma semana a esta parte, tenho uma pequena razão de alegria. Sobre o tufo primaveril das frésias, há um jovem e bonito besouro que as visita, diariamente, fiel e persistente, libando-as por uns bons cinco ou dez minutos.
Tem bom gosto, iluminado talvez por aquele perfume divinal.
Prefere a cataplana ao atum de lata...


2 comentários:

  1. Que lindas flores. E muitas. :)
    Não concordo nada que o cozinheiro amador tenha ido mostrar os seus dotes e a sua receita de cataplana naquele programa.
    Bom almoço!

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    1. É verdade. Tivemos muita sorte com estes bolbos, comprados por HMJ, nas cercanias da Areia Branca. Já produzem, e bem, há vários anos..:-)
      É evidente que foi uma cedência de A. C.,... mas, recusando, iria ser trucidado pela gentelha das róseas e raspadinhas, pelo Observador, pela chungaria toda - aproveitando-se. E mesmo a opinião pública mais ou menos esclarecida iria dizer que ele era um elitista. A proximidade das eleições também deve ter pesado. Não o desculpo inteiramente, mas compreendo-o. A Lili Caneças também vota...
      Muito obrigado, quanto aos seus votos sobre o almoço.

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