quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Uma questão de gosto


Embora politicamente situado, nada tenho contra a Direita, desde que civilizada, consistente e pensada. Moreiras, ainda que pedreiros-livres, Pintos, mesmo que salazarentos, porque estruturados ideologicamente, são-me estimulantes. Não me provocam nem urticária, nem alergia: obrigam-me ao confronto mental e ao debate interior, no aspecto político, o que é sempre salutar no plano das ideias.
Agora, não me obriguem, hoje, quinta-feira, a ir ao CCB, acompanhar o beija-mão da coscuvilhice, estar em fila indiana para o autógrafo duma pobre personagem algarvia, que esteve 10 anos em Belém, só para aparecer momentaneamente na TV. Apoiar a sua mediocridade, num ajuste de contas mesquinho com o passado, só revelaria, da minha parte, falta de gosto e de sentido crítico para com a História. Seria, no mínimo, excessivamente doentio.
Em contraponto, preferi trazer da rua do Alecrim, hoje, do meu alfarrabista de referência, dois livros (em imagem) de homens de Direita, para ler, mas que foram ideologicamente esclarecidos, coerentes, estruturados, consistentemente, na sua prática política.
Além de que os livros estão muito bem escritos...

10 comentários:

  1. Também não simpatizo nada com a personagem em questão (já desde o tempo em que esteve à frente do governo).
    Agora o livrinho que comprou sobre o VGE, esse sim, não me importaria nada de ler...
    Boas leituras, APS!

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    1. Realmente, o homenzinho não se recomenda...
      Quanto ao ex-PR francês, há nele uma elegância de discurso que o aproxima de Miterrand. Mas também no modo inteligente como fez política. Com dignidade.

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  2. Confesso que durante anos segui a política atentamente, como leitor de jornais e livros da área e aquilo que aprendi a apreciar mais num político foi a coerência das ideias, a sua prática e a respectiva cultura, e menos as ideologias.
    PS- Fiquei bastante curioso com o livro "Le Pouvoir et la Vie", agradeço a sugestão.
    Muito boa Tarde!

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    1. Nos tempos que correm, a falta de profissionalismo, ética e eficácia dos políticos, jornalistas e comentadores convida a uma triagem rigorosa, para não perdermos o nosso tempo, inutilmente.
      E, como está próximo: um bom fim-de-semana.

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  3. Sejam direita ou esquerda, mentes substantivas e de ideias claras e consistentes, são um pouco como os sistemas filosóficos: a gente pode discordar, mas reconhece o valor. E nem precisa apontar que eles brilham por si.

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    1. Assim é na verdade, mas convém não esquecer os Evangelhos: "...muitos são os chamados, poucos os escolhidos."

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    2. não me parece que seja de aplicação política:)...

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    3. A Bíblia é, muitas vezes, uma enorme alegoria..:-)

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  4. Finalmente consigo comentar.Estive algum tempo com
    problemas que só por sorte consegui resolver sozinha.
    Foi de certeza uma boa escolha, em alternativa a algo
    que só deve interessar a quem não tem critério naquilo
    que lê. Nestes tempos que correm os "casos" são uma
    constante e entretêm as pessoas.
    Desejo-lhe um bom fim de semana.

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    1. Seja bem-vinda, Maria Franco.
      Também tenho a certeza que foi. Estes dois livros tratam de "coisas mais altas", que não da baixa política a rondar a chinela...
      Retribuo, cordialmente, os seus votos.

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