sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Filatelia CXVII


Com alguma frequência, sobretudo antigamente, e quando era exigido algum rigor na reprodução de imagem, os CTT de Portugal contratavam firmas estrangeiras para a produção de algumas séries de selos nacionais.
Creio que a primeira série filatélica a ser produzida fora da Casa da Moeda foi a do 5º Centenário do nascimento do Infante D. Henrique (1894), com desenhos de Veloso Salgado. As estampilhas foram trabalhadas na Giesecke & Devrient, de Leipzig (Alemanha). Também a Waterlow & Sons (Londres) produziu várias séries de selos para os Correios Portugueses.
No caso das Colónias, nomeadamente Angola, a notável e celebrada série das Aves* (1951) foi heliogravada pela Courvoisier, SA (Suiça), que já tinha produzido, para os Correios de Portugal continental, as emissões do Presidente Carmona (1945), Costumes Portugueses (1947) e Avis (1949), todas elas de grande apuro e qualidade gráfica.
O apetrechamento nacional foi-se entretanto aprimorando e, em 1953, a Litografia Maia (Porto) já foi capaz de produzir, também, a bela série de Animais de Angola, com grande perfeição gráfica. É essa série, na íntegra, que se reproduz em imagem, bem como alguns valores da série de Aves, de 1951.

* A série de Aves (Angola, 1951), completa, tem, actualmente, um valor de catálogo (Mundifil, 2015) de 660 e 100 euros, consoante for nova ou usada.

14 comentários:

  1. Nunca tinha reparado que o Veloso Salgado era o autor da série do Infante D. Henrique.
    A Litografia Maia imprimiu muitas séries ( e muito bem ! ). Creio que foi a partir do êxito das séries para cá que então também imprimiram para Angola.

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    1. Bem novo, na altura, o Pintor, mas já devia ter fama.
      Curiosamente, foi a Câmara do Porto que teve a ideia, logo apoiada por Bernardino Machado, da emissão comemorativa. O objectivo era, com a venda dos selos custear uma parte dos festejos do centenário, e mandar fazer uma estátua do Infante.

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  2. As duas séries de selos aqui apresentados são magnificas. Em criança fazia colecção de selos, que me ofereciam (um familiar trabalhava num rent-a-car) e que comprava, nuns pacotes que se vendiam nas tabacarias, e que dispunha por países nos meus álbuns de filatelia. Os selos, nesses tempos de criança, tinham um valor sentimental, mas infelizmente perderam-se na espuma dos dias.
    Foi bom recordar.
    Muito bom fim-de-semana!

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    1. São realmente de grande beleza e divulgam a fauna africana, neste caso angolana.
      Comecei a coleccionar selos, com 9 anos, e embora tenha havido fases mais activas, seguidas de uma certa "hibernação", o interesse tem permanecido ao longo da minha vida. Impus, no entanto, o limite de 1982, porque a partir do final do séc. XX, os CTT iniciaram uma política comercial oportunista e vertiginosa de emissões.
      Agradeço e retribuo os votos.

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  3. Pois eu mantenho a minha colecção em albuns. Portugal e Colónias, Envelopes do 1º Dia.
    Muitas pagelas. Uma colecção temática de BARCOS, preferencialmente à vela.
    Por mudança de casa, transferi tudo isso para um enorme gavetão que está a 90 km do Porto. Filhos e netos não se motivam e eu deixei de actualizar já há muito...
    De alguns selos tenho folhas inteiras com 50 ou 100 selos.
    Do Veloso Salgado tenho um quadro pequeno de uma rosa que foi oferecido ao meu pai no dia do meu baptismo ( 1 de Janeiro de 1935 ).

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    1. O meu fascínio vai todo para o período clássico e, aí, tenho uma ou outra peça interessante. Nunca me interessei muito por temáticas, embora procurasse, com atenção especial, selos com carimbos de Telegrafia Electrica e Telegramas (perfuração em estrela e carimbo, mesmo).
      Também tenho pena que nenhum dos meus filhos se interesse por Filatelia e encaro, infelizmente, para evitar o "desbarato" de uma venda por parte deles, ser ainda eu a vender a maior parte da colecção.

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  4. Tenho alguns destes selos (não sei se todos) que são muito bonitos. Mas nunca colecionei, juntei. :)
    Bom fim de semana!

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    1. Vai sempre a tempo de passar aos vindouros, o que resta. Aos Infantes, quero eu dizer...
      Retribuo, cordialmente, os votos.

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  5. Bom dia! Belissimos exemplares! Impossível não recordar o meu pai e as suas colecções de selos, com os quais ganhou algumas medalhas, para al+em de ajudar a montar algumas exposições como a Portucale'77! Aprendi a "descolar" selos, mas mais tarde virei para os pontos de cruz. É um pedaço da história que perdi, mas que a minha memória não esquece!

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    1. Ainda fui ver a Portucale 77.
      Foi pena que não tivesse continuado a colecção familiar...
      Um bom Carnaval!

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  6. Quem sabe, algum neto vem a apreciar...

    Eu, que não tenho filhos, tenho esperança que os meus sobrinhos ou sobrinhos-netos, venham a apreciar e a querer algumas das minhas colecções, ou livros, que comprei/compro com tanto gosto...

    Dá-me pena, ver muitas vezes nas feiras de velharias e antiguidades, coisas tão pessoais, certamente muito acarinhadas pelos seus donos, e que depois ninguém quis. Uma das coisas que mais me impressiona são as molduras com fotografias.

    Enfim...

    Um bom dia:)

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    1. É uma boa esperança, mas a primeira neta só virá em Junho próximo e é capaz de ser um pouco tarde..:-(
      Um resto bom de dia!

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