sábado, 25 de fevereiro de 2017

O grau que faz toda a diferença


Aqui, neste jornal, queremos acreditar que somos perfeitamente claros acerca do valor da verdadeira literatura, e da necessidade de a distinguir daquilo que pode constituir uma escrita bem sucedida.

Stig Abell, em editorial de The Times Literary Supplement (nº 5941).

8 comentários:

  1. Ou, à Novo Testamento: "palavras de sabedoria".
    Que me perdoem Rosa Montero e Paulo Coelho, supremos embustes.

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  2. Que pedantes! Por muito verdade que fosse esta declaração, seria sempre uma distinção relativa, e não creio que esses ingleses sejam assim tão capazes de destrinçar uma coisa da outra. Vou dar-lhe uma notícia chocante: apreciaram muito positivamente "Verónica decide morrer", de Paulo Coelho. :-)

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    1. Alguns, provavelmente... mas não devemos esquecer que, democraticamente, há de de tudo. Dos "hooligans" aos lordes, passando pelos comuns.
      Ora, eu, nestes longos anos que levo de ler o TLS, nunca deparei com uma recensão de livro desse publicista brasuca, que cita - é o supremo desdém, a inexistência pura.

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    2. Quando digo "esses ingleses" não estou a generalizar, refiro-me a "esses ingleses do TLS". A crítica de Molly McGrann ao livro de PC, na TLS de 8 de outubro de 1999, é amplamente citada. Não digo que seja entusiasmada, nem que eu a tenha lido, mas existe. Mas só refiro isto, eu que nunca li Coelho (exceto este Verónica...) para exemplificar que, entre a boa literatura e a escrita bem sucedida, nem todos usamos a mesma bitola. E a má literatura (Mário de Sá Carneiro, José Luís Peixoto,...), entra no TLS, mas num campeonato à parte? Enfim, não estraguemos o fds com polémicas sobre embustes literários!

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    3. No caso que refere, terei, então, que "meter a viola ao saco", embora não me lembre dessa recensão, porque julgo que, nessa altura, já comprava o TLS.
      O tempo, geralmente, arruma as coisas no seu lugar. Tem razão, do meu ponto de vista, nos nomes que refere, quanto à obra em prosa. Mas a obra poética de Sá-Carneiro, embora eu a não aprecie por aí além, tem consistência e qualidade.
      Bom fim-de-semana!

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  3. Na minha modesta ignorância literária, também me parece um
    pouco subjectivo definir o que é um bom livro ou um mau livro.
    Os temas podem interessar a uns e não a outros e isso não deve
    ser motivo para classificar de mau ou bom um livro. No último
    Nouvelobs. vem um extenso artigo sobre Elena Ferrante , que ainda não li.
    Uma amiga tem uma grande admiração por esta escritora e já lhe perguntei
    o motivo.Diz que ela retrata muito bem as vivências de determinada sociedade
    italiana. Será considerada boa ou má escritora? De sucesso sem dúvida.
    Boa semana.

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    1. Tem razão, Maria Franco. Mas a diferença entre literatura e escrita bem sucedida também me parece clara.
      Eu creio que, hoje em dia, está quase tudo inquinado, no que diz respeito a aconselhamento (crítico) de leituras. Desde revistas (a "Ler", por exemplo) até blogues (disfarçados: "O tempo entre os meus livros", entre tantos outros), todos eles encostados a editoras, quando não pagos por elas. E tudo isto é uma forma suja de desonestidade intelectual.
      Não tenho opinião (embora alguma curiosidade) sobre Elena Ferrante, porque nunca li nada dela.
      Entretanto, o TLS continua a ser para mim um barómetro isento e seguro, até ver.
      Retribuo os seus votos, cordialmente.

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