Aqui, neste jornal, queremos acreditar que somos perfeitamente claros acerca do valor da verdadeira literatura, e da necessidade de a distinguir daquilo que pode constituir uma escrita bem sucedida.
Stig Abell, em editorial de The Times Literary Supplement (nº 5941).
Duas linhas lapidares.
ResponderEliminarOu, à Novo Testamento: "palavras de sabedoria".
ResponderEliminarQue me perdoem Rosa Montero e Paulo Coelho, supremos embustes.
Que pedantes! Por muito verdade que fosse esta declaração, seria sempre uma distinção relativa, e não creio que esses ingleses sejam assim tão capazes de destrinçar uma coisa da outra. Vou dar-lhe uma notícia chocante: apreciaram muito positivamente "Verónica decide morrer", de Paulo Coelho. :-)
ResponderEliminarAlguns, provavelmente... mas não devemos esquecer que, democraticamente, há de de tudo. Dos "hooligans" aos lordes, passando pelos comuns.
EliminarOra, eu, nestes longos anos que levo de ler o TLS, nunca deparei com uma recensão de livro desse publicista brasuca, que cita - é o supremo desdém, a inexistência pura.
Quando digo "esses ingleses" não estou a generalizar, refiro-me a "esses ingleses do TLS". A crítica de Molly McGrann ao livro de PC, na TLS de 8 de outubro de 1999, é amplamente citada. Não digo que seja entusiasmada, nem que eu a tenha lido, mas existe. Mas só refiro isto, eu que nunca li Coelho (exceto este Verónica...) para exemplificar que, entre a boa literatura e a escrita bem sucedida, nem todos usamos a mesma bitola. E a má literatura (Mário de Sá Carneiro, José Luís Peixoto,...), entra no TLS, mas num campeonato à parte? Enfim, não estraguemos o fds com polémicas sobre embustes literários!
EliminarNo caso que refere, terei, então, que "meter a viola ao saco", embora não me lembre dessa recensão, porque julgo que, nessa altura, já comprava o TLS.
EliminarO tempo, geralmente, arruma as coisas no seu lugar. Tem razão, do meu ponto de vista, nos nomes que refere, quanto à obra em prosa. Mas a obra poética de Sá-Carneiro, embora eu a não aprecie por aí além, tem consistência e qualidade.
Bom fim-de-semana!
Na minha modesta ignorância literária, também me parece um
ResponderEliminarpouco subjectivo definir o que é um bom livro ou um mau livro.
Os temas podem interessar a uns e não a outros e isso não deve
ser motivo para classificar de mau ou bom um livro. No último
Nouvelobs. vem um extenso artigo sobre Elena Ferrante , que ainda não li.
Uma amiga tem uma grande admiração por esta escritora e já lhe perguntei
o motivo.Diz que ela retrata muito bem as vivências de determinada sociedade
italiana. Será considerada boa ou má escritora? De sucesso sem dúvida.
Boa semana.
Tem razão, Maria Franco. Mas a diferença entre literatura e escrita bem sucedida também me parece clara.
EliminarEu creio que, hoje em dia, está quase tudo inquinado, no que diz respeito a aconselhamento (crítico) de leituras. Desde revistas (a "Ler", por exemplo) até blogues (disfarçados: "O tempo entre os meus livros", entre tantos outros), todos eles encostados a editoras, quando não pagos por elas. E tudo isto é uma forma suja de desonestidade intelectual.
Não tenho opinião (embora alguma curiosidade) sobre Elena Ferrante, porque nunca li nada dela.
Entretanto, o TLS continua a ser para mim um barómetro isento e seguro, até ver.
Retribuo os seus votos, cordialmente.