sábado, 2 de julho de 2011

Do livro-tijolo à folha volante


Esta caracterização singular de (livro-)tijolo, no que se refere aos volumosos e densos livros a rondar as 1.000 páginas, devo-a a um bom Amigo - a quem peço autorização para a usar. Mas todos nós os podemos ver, a estes livros-tijolo, a serem devorados (lidos?) no metropolitano e nos autocarros, por pessoas das mais diversas idades e de ambos os sexos. Nos homens, mais os jovens.
Mas tudo vai tendo novas modas e, como os vinhos de fortes graduações, por saturação do consumidor, se vão transformando em vinhos mais leves, assim também é provável que estes calhamaços pesados, lidos nos transportes públicos, dêem lugar a pequenas folhas volantes literárias, de muito mais fácil manuseio e leitura. Há prenúncios e "Le Monde", na sua edição de 24/6/2011, faz-se eco deste facto.
O primeiro sinal de alarme terá sido a edição de "Indignez-vous!" de Stéphane Hessel (de que já falamos, aqui, no Blogue), com 32 páginas, que em França custava 3,00 euros e que, em 8 meses, vendeu mais de 2 milhões de cópias, fazendo a fortuna e a notoriedade de uma pequena editora de Montpellier. Não tenho números sobre as vendas em Portugal, mas sei que, na Itália e Espanha, as traduções foram um sucesso de venda, também. As editoras francesas estão a apostar em força nestas pequenas brochuras, de grande difusão, sobre temas candentes. Hessel já tem mais uma folha volante na forja, em parceria com o sociólogo Edgar Morin, para além dum livro de entrevistas, publicado entretanto.
Adeus, Livro-tijolo!?

para H.N., com agradecimentos.

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